POEMA HIPIE 02
Pois é, no meu tempo tinha já muitas coisas que veio conosco, "nós os adoráveis cabeludos" Mostrávamos os dois dedos, médio e indicador e repetiamos cada um como o próprio dono da frase "paz e amor", de vez em quando acrescentávamos à identificação global entre nós os bichos grilos "paz e amor bicho" Tinha sim desde chá de cogumelos e outros com nomes mais sofisticados tipo: "Canabis, Boreína, LIsérgica e tantas outras..."
Lisérgica né? Nos meus tempos de bicho grilo, andei conhecendo-a de perto não cheguei a me apaixonar, na verdade foi casinho atoa um ou dois encontros e ela sumiu.
Aluguei o barraco dela para um cogumelo renitente e louco que se disfarçava de chá e se servia sem acompanhamento, como ele não pagava o aluguel eu pedi despejo e ele se foi também para a fila dos mais fracos.
Dizem as más línguas que andou participarndo de um concurso de fervura para tentar virar fumaça, "deu certo não", ele não era "craque" no assunto.
Dizem que se foi para o oriente e ainda está na ativa e afinal conseguiu seu intento de virar fumaça e hoje mora nos naguilés da vida.
Atravessou os desertos da incerteza e caiu nos braços de um árabe chamado raxixe, se apaixonou e passou para o outro lado falam a boca pequena que foi amor à primeira tragada.
Os dois formaram aquela dupla caipira cogu & xixe e estão morando numa capsula cor de rosa esperando que novos produtores de Goiás os descubram. Que coisa não? Deve ser verdade.
O que houve comigo? Me aposentei e hoje sou um "jevé de bicus" e dou aulas "gratuitamente claro" para jovens desamparados pelo regime vigente e que frequentam o colégio até os onze anos e vão servir de aviõezinhos na academia aérea... Aérea, pois, lá o pessoal anda voando.
Então eu pego justo os que nunca foram à escola e dou conselhos... Aconselhos-os a não aprender escrever nem o nome, pois, assim eles não votarão nos corruptos e se livram de ficarem olhando pro céu esperando cair o maná na bolsa da família.
Era muito louco, mas não sem crueldade, dava para sair quando se enjoava da vida de livres, "amor livre, livre scolha, ou livre arbitrios e ainda o nariz é meu e é livre. Doido mesmo.