A Inércia do Prefeito Luiz Alimenta os Crimes de Jair
No sertão do nordeste brasileiro, onde o hiper calor incomodava os corpos e as desumanidades castigavam corações e mentes, três figuras se encontravam em um duelo constante em uma cidade interiorana. O delegado Alexandre, com a lei em punho, era visto como o guardião da ordem, ainda que sua justiça fosse, por vezes, uma faca de dois gumes, pois muitas vezes usava as leis contra os moradores locais. Mas ele era o mal necessário para conter os ladrões que assolavam a região.
Do outro lado, Jair, o bandido convicto, carregava nas costas um longo histórico de crimes que faziam tremer até os mais valentes. Roubava remédios destinados aos doentes, discriminava os negros da cidade e sabotava caravanas de dinheiros, deixando o povo a roer ossos na falta de notas para comprar comida. Ele era a personificação da maldade, um patife sem redenção, a voz que ressoou muitas cretinices no local.
E havia Luiz, o prefeito, que apesar de trazer alguns benefícios à população, não conseguia romper definitivamente com as estruturas de poder que perpetuavam a miséria. Ele era um líder ambíguo, preso entre o desejo de mudança social e a realidade que parecia imutável, onde os moradores pareciam com altos impostos que engordavam as gigantescas contas dos banqueiros que exploraram a humilde cidade.
Em um novo capítulo desse constante confronto, Alexandre descobriu um plano sórdido: Jair e seus comparsas tramavam o assassinato meticuloso do prefeito. Tudo tramado e anotado em algumas folhas. O homem da lei, em sua investigação, revelou aos moradores a trama vil, deixando no ar a promessa de justiça iminente, a possibilidade de Jair ser preso a qualquer momento.
Nessa situação, o que chamava atenção era a reação de Luiz. O representante do Estado convocou a população à praça para um pronunciamento. Todos esperavam que ele, como líder, clamasse por justiça, prometesse usar os mecanismos políticos disponíveis contra Jair e com todo o rigor. E combatesse a mentalidade que apoiava o bandido. Mas o prefeito, em vez disso, optou por um discurso de pacifismo, uma espécie de hippie tardio, acreditando que suas obras seriam suficientes para superar a tentativa de assassinato.
A ação do prefeito, porém, foi vista de forma desanimadora por parte da população. Seu pacifismo, sua inércia, serviam apenas como combustível para que novos comparsas de Jair se reorganizassem, ameaçando a frágil calmaria da cidade. A falta de sua ação enérgica perante o tamanho da gravidade do crime servirá de incentivo para que homens-bomba, militares e outros comparsas do criminoso atentem contra os valores e a boa vivência naquela cidade.
22.11.2023