DO PALCO DO G20 ÀS CENAS DA REALIDADE

Pelo milagre da transformação...

Há algumas horas eu passava por ali.

Sempre gostei de andar pelas ruas porque vejo nelas todas as verdades que escapam por debaixo dos tapetes dos " homens do tempo".

E vez ou outra, a fotografia, paixão desde criança, registra na minha lente o que as minhas retinas, perplexas, gostariam de não ver, tampouco registrar no sentimento.👀

Na nossa era, aqui e lá fora, é muito bonito falar de DIGNIDADE HUMANA.👇

Não há quem, com mínima consciência humanista de Mundo, não atentasse para o que os reformadores, passantes engravatados do mesmo mundo, têm a nos dizer, aos pobres mortais já sem pódios para a esperança de existir.

Quando somos bem jovens, todos os discursos nos encantam, aqueles que, de certa forma, falam muito da nossa ingênua visão de mundo.

Acreditamos nas boas intenções, dessas que dizem que o inferno está cheio.

Aceitamos os docinhos coloridos que encantam a imaginação fantasiosa.

Somos um país signatário dos DIREITOS HUMANOS e nada seria mais compatível, com a tal assinatura, do que se enxergar pelas vidas uma realidade que a ratifique.

Eu tenho me perguntado, como crônica candidata à cidadania do mundo : O que seria, NA PRÁTICA, o conceito de DIREITO HUMANO?

Seria consentir com o abandono, à PRÓPRIA SORTE INGRATA de escolha, de alguém que já perdeu tudo, inclusive o discernimento de si mesmo, a viver pelas calçadas , num amontoado abrigo de papelão?

Não seria um DIREITO da condição humana TAMBÉM se indignar com a INÉRCIA DAS BONDADES, a que considera justo e intrínseco à dignidade humana escolher o seu destino, sem estar apto sequer para olhar ao mundo de si mesmo?

Não sei as respostas.

Apenas penso que, ao se iniciar mais um G DOS TANTOS 20+, quando dizem que um dos nobres objetivos do encontro é o combate à fome, eu só gostaria de entender: QUAIS DELAS?

No nosso caso, a exemplo , quais das nossas tantas fomes seriam as mais perenes e urgentes?

A maior delas talvez seja a fome de consciência!

No Ateliê das calçadas , onde a cegueira dos olhos que "cuidam" lança fortes tintas às insustentáveis e crescentes cenas de telas pungentes aos nossos corações, talvez não haja mais palavras amortecedoras das dores advindas do caos humanístico.

Nem os Gs da eternidade , os das mil boas intenções , restaurariam a gama de obras surrealistas.

As suas molduras insustentáveis racham a olhos vistos!

É quando, ao nosso silêncio de gente, aquele que grita por dentro quando contornamos nossas tantas calçadas dos abandonos, só resta conversar com Deus.

Um pedido em pensamento ecumênico para um mundo esquecido, onde a lógica da DIGNIDADE existencial está perdida.

Menos festas e palavras, minha gente!

Menos holofotes, menos egos, mais ações efetivas!

Ninguém vive de migalhas em palavras...

Porque nós, Homens da Terra, há muito nos perdemos da nossa essência digna, independentemente das palavras bonitas...e da bondade de doutos que gritam em defesa da TEORIA dos Direitos Humanos.

Direito HUMANO é vida de verdade na Prática, penso. O demais é só discurso proselitista.

Dignidade HUMANA , por aqui, jaz sob todos os papéis , sob os tantos "papelões" recicláveis da degradação civilizatória.

É só olhar a presente foto que registrei, sob a qual SE ESBOÇA UMA VIDA.

À qual gestor algum- do mundo!- faria o devido e necessário milagre da transformação.🙏

Nota: texto baseado numa imagem que registrei da calçada