TODOS CONTRA LUIS DO SOM
Sem seu conhecimento porque em alguns momentos ele não sabe que está sendo filmado, Luis é um idoso, ou velhinho pois para mim é tudo a mesma coisa, a quem poderíamos definir como sui generis. Mas não unicamente isso, além disso mostra-se correto afirmar que o velho Luis é faroleiro, mentiroso, pretenso raparigueiro, amante do dinheiro como ninguém e das mulheres imaginárias que jamais pega, arengueiro, arretado, brigão até conhecer o adversário por foto ou vídeo e, apavorado, se torna um gatinho mimado e medroso. Enfim, o tipo do personagem com todas as características de um bufão.
A família de Luis percebeu nele o extraordinário potencial para a palhaçada, então investiu em vídeos diários em que ele se envolve nas mais hilárias e viciantes histórias fascinantes capazes de arrancar gargalhadas dos fãs. O genro Mané tomou a frente da empreitada, armou-se de celulares e, criativo, inventa os roteiros mais estapafúrdios, fazendo gato e sapato do velho. Nota-se completa espontaneidade nas reações engraçadas, cômicas mesmo, do Luís. Tem uma coisa, Mané sempre apanha mais que tapete sujo durante as presepadas.
Não somente Mané ridiculariza o velho Luís, a parentada toda participa, um e outro protagonizando o algoz da vez para deixa-lo irritado, caso por exemplo da neta princesa que ama irritar o avô, ou coletivamente, isto é, Mané e esposa (filha do véi), a neta Princesa, sobrinhos, filhos e demais genros e noras. A risada é absolutamente garantida para quem acompanha as impagáveis cenas familiares nas quais Luís é palhaço, namorador, mentiroso, contador de histórias certamente inventadas por ele e muito mais.
Luís se acha o velho mais lindo do Brasil, vejam só. Já aos oitenta e quatro anos, imenso bigode branco descendo pelos lados da boca, uns cabelinhos ralos aqui e ali na careca reluzente, verdadeiro borricoto, esforça-se arduamente com vistas a arrochar o nó nos dias quinze e trinta de cada mês tendo na parceria a mulher a quem chama " minha velha ", se bem que gostaria dessa ginástica com outras mulheres, especialmente as mais jovens, sendo alucinado por aquelas chamadas de novinhas por sua esposa ciumenta.
Aliás, importante frisar, apesar de desejar arrochar o nó com qualquer mulher nova que veja na sua frente, solteira ou não, tem o maior ciúme da sua "véia". Isto é, ele acha que tem direito de trair a companheira mas odeia a possibilidade de ser por ela traído. Além de tudo é incoerente. Em virtude de suas ambições e devaneios sexuais, Luís sofre frequentes sovas à base de tapas, empurrões, garrafadas, galhadas e muchicoes da esposa, ou seja apanha muito dela. Porém não muda seu jeito nem amarrado e sob tabefes.
A chave de ouro na comicidade corriqueira de Luís é família são os criativos apelidos que recebe em especial de Mané e, por tabela, dos demais. Penso que ele já foi chamado de tudo, como por exemplo rato de esgoto, sapo de fossa, bucho de bode, cotonete de elefante, c* de bode, boca de pitoca, barata gorda, catinga de boca, diarréia de bode, cueca de bêbado etc etc. Quão furioso ele fica! Mais ainda quando sua própria "véia" também o apelida, ri da onda que tiram dele ou corrobora as insinuações da negada.
Malgrado toda essa bandalheira familiar engraçada, Luís por seu turno, é claro, também faz suas artes. Sacaneia Mané quando este permite como intuito de apimentar as postagens, bota apelidos na esposa como cabelo de porco-espinho, baleia gorda e outros, dando ensejo para ser perseguido por ela quando sai correndo depois de umas lapadas. Assim é Luís do bigodão horroroso, feio igual a fome, metido a raparigueiro, temeroso de gaias, falastrão e valentão de tosca categoria, contra quem todos estão e diante dos quais luta sozinho sem saber que é o palhaço geral da turma, o Dom Quixote tupiniquim.