LÍDERES EM ANSIEDADE!
Tenho a leve impressão de que éramos mais felizes e contentes quando não tínhamos tantos recursos tecnológicos, financeiros e, pasmem: até científicos à nossa disposição. Não é que a falta ou o pouco acesso a essas coisas seja algo a ser valorizado. Óbvio que não se trata disso. Miséria ou qualquer tipo de sofrimento nunca foram e nunca serão sinônimos de uma vida boa; pelo contrário.
Recursos referem-se às facilidades que temos hoje, que, em muitos casos, podem atrofiar nossas capacidades. Exemplos: se você quer comida, o fast food entrega onde e quando quiser. Precisa de um remédio em uma noite fria e chuvosa? Basta discar no celular que as farmácias trazem via motoboys. Quer assistir a um filme? As inúmeras opções na internet e na TV a cabo estão disponíveis. Quer passear em um shopping? Sempre há um a cada esquina das nossas residências. Quer ouvir músicas? Não precisa rebobinar fita; basta acessar o YouTube gratuitamente ou pagar um preço acessível por algum aplicativo, como o Spotify, para ter acesso a uma infinidade de gostos musicais. Enfim, tudo está muito fácil, acessível e disponível se comparado a 30, 50 ou 60 anos atrás.
Mas há um detalhe: falando especificamente do Brasil, somos hoje o país número um em ansiedade. Se na educação estamos bem aquém dos primeiros colocados, na ansiedade somos lamentavelmente os líderes.
O brasileiro, em média, é um povo ansioso e as causas podem ser das mais diversas. Exemplos: a pobreza, ironicamente, as facilidades citadas acima, os traumas, a ganância ou a inveja, os vícios, às pressões sociais, fatores genéticos, o desejo de pertencimento, a falta do encontro com a suficiência etc. são algumas das muitas causas para a ansiedade.
Enfim, precisamos rever a maneira como estamos vivendo. Isso não significa uma volta ao passado; afinal, passado é passado. Mas, talvez, uma resignificação do presente já seria o suficiente.