A crônica de um Natal invisível
Há algum tempo, estive lendo matérias e artigos sobre as desigualdades socioeconômicas no Brasil, e nem tanto me surpreendi com o fato do nosso país ser um dos mais desiguais do mundo, onde poucos detêm a maioria da renda e dos bens e muitos não têm sequer saneamento básico.
O Natal é comemorado no dia 25 de dezembro. A data em questão, é comemorada pelos cristãos, porque representa o nascimento do menino Jesus, sendo uma das celebrações mais importantes do cristianismo.
Analisando, percebemos que muitos cristãos pregam a inversão daquilo que Jesus espalhou enquanto esteve na Terra. O amor do filho de Deus, foi pregado para satisfazer o desejo daqueles que mais têm poder na sociedade, e o que Ele ensinou quase não é feito, especialmente, por aqueles que se dizem cristãos, ou filhos do Pai.
Com a aproximação do natal, as lojas se enfeitam cada vez mais, o número de compras aumenta, os supermercados ficam cheios, mas os corações vazios. Isso acontece, porque o consumo faz o Papai Noel ter destaque e Jesus ser esquecido. Alguns podem achar isso uma mentira, mas digo, é verdade.
Quando estive em uma das festas natalinas mais conhecidas do nordeste, na cidade de Garanhuns, Pernambuco, me encantei pelas decorações, pelas luzes e construções enfeitadas, a magia que pairava no ar do agreste era encantadora, mas acabou quebrada, quando vi que, a cinquenta metros de mim, um homem pedia ajuda para comer e uma mulher dormia embaixo de uma lona.
Até quando o grito dessas pessoas será abafado pelas desigualdades? Até quando vamos achar normal uma pessoa passar fome enquanto o Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de alimento do planeta? São muitas as questões que nos fazem refletir sobre uma data de tamanha importância, mas que segue sendo realizada para fomentar o consumo excessivo e pregar a massiva soberania capitalista, que a cada dia sufoca aqueles que não têm sequer, um parto de comida.