DESAPARECIDOS... UMA HISTÓRIA SEM FIM...
Finalmente, depois de observar repetidas vezes o propaganda veiculado num aparelho de televisão localizado dentro de um trem metropolitano, coloquei-me a refletir...
Digo isso, porque inúmeras vezes, olhara para o que dizia as letras amarelas, sem me ater ao seu real significado!
Foi então, que observando cada rosto, daquelas pessoas que haviam desaparecido nessa grande metrópole que é São Paulo , onde, somente uma, entre centenas de outras tantas, fora encontrada... que me dei conta, da tragédia que significa!
O percentual é pouco... O sofrimento de entes queridos... É muito! Posso avaliar...
Simplesmente porque, cada rosto daqueles que desapareceram, representam e representaram uma história de vida...
Alguém que saíra de casa para ir até a uma farmácia... Uma padaria... Um mercado, com a promessa de que logo retornaria e para sempre , pelas “ruas foram tragados!”
Isso, é mesmo, sem contradição, muito... mais muito pior do que a morte...
Na morte, sofre-se durante e tempos depois, é verdade, e com certeza a vida toda, com a partida inevitável de um ser querido... Contudo, com o desaparecimento, àquele que fica e permanece, não sabe como se portar e se comportar: não sabe se faz prece pelo ente que partiu... Não sabe se aguarda uma batida na porta nos próximos minutos, nas próximas horas, dias, meses e anos e não sabe como se livrar desse sentimento de sofrimento absoluto que não deixa a pessoa situar em algum ponto definido sua dor, como no caso, ainda que muito doloroso, na morte...
Cada rosto daquelas criaturas, representaram uma história de vida. Tiveram sonhos, amaram, foram amados ou talvez odiados, mas, pelo menos, tiveram uma história e não são somente, rostos desaparecidos , mostrados no vídeo, tendo logo abaixo, as inscrições em letras amarelas...
No desaparecimento, fica para sempre, uma história inacabada!
Seja boa, seja ruim, seja especial , seja a mais simples possível, fica para sempre, em suspenso, aguardando um desfecho, que talvez, nessa existência, nessa vida, nunca virá!
E geralmente, essas fotografias, muitas vezes, retiradas, das redes sociais dessas pessoas, num momento qualquer de suas existências, em que , faziam algo muito importante para si próprias, onde, tranquilas e felizes, se encontravam em algumas de suas poses, sorrindo e interagindo com seu meio e hoje, por exemplo, se transformaram apenas em “fantasmas” sem definição necessariamente, se de “vivos” ou de “mortos”, cujo cerne da dor, reside justamente aí...
Na dor, da morte, tem-se a certeza que não haverá uma dolorosa expectativa, como no caso, do desaparecimento, onde nesse caso, cada dia que passa , algo ainda mais constrangedor se mostra no horizonte: a perspectiva da impossibilidade do reencontro e da reunião!
Muito triste o desaparecimento... Uma tristeza sem paralelo que conduz a decepção...