A FALÊNCIA DA CULTURA NEGLIGENCIADA
Prólogo
Ontem, 19/10/2024, a Fátima, minha namorada desde 1967, e eu fizemos um excelente passeio à praia de Lucena, sito no litoral norte do estado da Paraíba, a cerca de 50 km de João Pessoa, PB. Os participantes eram pessoas simples, do bem, e iguais a mim e a Fátima, idosas.
Já de volta ao passeio, numa parada para os viajantes conhecerem uma igreja histórica, antiquíssima, uma senhora muito simpática e risonha como uma criança, disse: “Venha bater fotos de nossa “fulia”. – (sic).
Chamou-me a atenção a palavra “fulia” pronunciada como um grito de liberdade incontida, com “u”, quando é sabido que tal palavra significa folguedo e deve ser escrita com “o”, isto é, Folia!
Assim são as pessoas simples que erram, quando escrevem, por escreverem como pronunciam as palavras. Exemplo.: Pronunciam “girimum” (dois erros em uma palavra), quando o certo é: Jerimum. – (Nota deste Autor).
UM ETERNO SONHADOR
A humanidade é composta por tipos diversos, mas os sonhadores, aqueles movidos por um idealismo quase marginal, formam uma minoria insignificante em relação à vasta maioria que simplesmente não se importa ou que, sem pudor, exibe com orgulho sua adesão ao lado mais sombrio da vida. Isso é típico entre os inocentes (idosos ou crianças), biltres ou parvos. Não é o caso da minoria!
"Cada novo amanhecer é uma nova chance de ser a melhor versão de si mesmo.". Li esta frase em algum lugar e desde então tento inovar meus hábitos. Faço isso por acreditar na minha capacidade de evoluir não apenas na afetividade, mas sobretudo no idealismo determinado.
É difícil imaginar uma existência minimamente digna sem os poucos heróis que nos salvam das inúmeras armadilhas do mundo, um espaço notoriamente inóspito para os ingênuos e de coração puro. Embora sejam muitos, esses últimos são continuamente perseguidos pela crueldade inerente ao ser humano desequilibrado e, às vezes, totalmente insano.
A DÚVIDA QUE ATORMENTA
Como conviver com a realidade irrefutável de que o mal orienta boa parte das interações humanas, começando nas famílias desestruturadas, ignorantes, apáticas ao progresso cultural e socioeconômico, que se estendem aos ambientes profissionais permissivos em todas as esferas?
Esse mal se transforma, com paciência, estudo, disciplina e orientação, de algo irrelevante em uma força poderosa, que sobrevoa com disfarçada elegância os laços mais profundos que se pode estabelecer com outras pessoas. Eu tento, mas nem sempre consigo, então, o que fazer?
VALORES RAROS PARA POUCOS
Isolar-me cada vez mais, como um ser tímido, infeliz e assustado dentro de uma concha e por trás de um muro eletrificado com seis metros de altura? Devo aceitar a dura realidade de que a cultura, a gratidão e a honestidade são valores raros? Compreendo que essas conquistas são para poucos.
Há os que se afundam nas águas turvas da ignorância, às vezes, sem culpa. Todavia, jamais deixarei de tentar acreditar na regeneração e interação entre os humanos, mesmo que me vejam como sendo um anômalo ambulante metido a sabichão abestalhado. (risos).
COMO ME VEEM MEUS SEMELHANTES
Sou considerado um homem orgulhoso, talvez arrogante, metido a culto, taciturno e enigmático, quiçá tímido, “acabrunhado”, como falava minha saudosa mamãe Júlia. Contudo, essa impressão se dissolve rapidamente quando alguma pessoa conversa comigo.
Ocupo meu tempo livre com leituras de clássicos da literatura, como “O Velho e o Mar”, de Ernest Hemingway, “Dom Quixote”, de Cervantes, e “O Homem Invisível”, de H.G. Wells, Operação Cavalo de Tróia, de J.J. Benítez, O Advogado, de John Grisham, Histórias de Mistério e Horror, de Edgar Allan Poe e dezenas de outros monstros sagrados da literatura universal.
Não há dúvida: sou, de fato, um sonhador! Claro que vou além, muito mais além quando escuto, embevecido, Julio Iglesias, Ray Conniff, Enya, Yanni, Debussy, Richard Wagner e músicas para meditação e relaxamento. Essa dicotomia musical e ecletismo literário me torna um ser humano disciplinado, compreensivo, amoroso, pragmático, professoral e diferenciado. (risos).
CONCLUSÃO
A falência da cultura negligenciada se refere à decadência e ao abandono das tradições, saberes e manifestações culturais de uma sociedade. Esse fenômeno ocorre quando a cultura local é desvalorizada, esquecida ou substituída por influências externas, levando à perda de identidade e diversidade cultural.
Também creio que a falência da humanidade pode ser vista como a perda de valores essenciais como empatia, solidariedade e respeito. Quando a ganância, a indiferença e a intolerância prevalecem, as famílias se dissolvem e a sociedade se fragmenta. Nesses casos o progresso se torna superficial, quase impossível!
No entanto, a esperança reside na capacidade humana de refletir, aprender, ensinar e inovar. A verdadeira evolução está em redescobrir e cultivar esses valores, construindo um futuro mais justo e harmonioso para a sublimação do amor-próprio e bem-estar socioafetivo. É claro que a autoestima iluminada e sublimada agradece!