LINGUAGEM NEUTRA

Para mim não importa o que o linguista mais "phodástico" do planeta venha a dizer, porque eu, essa euzinha aqui, uma ninguém diante do linguista "phodástico", um nada que não vai mudar coisa nenhuma porque nem como professora de português atua mais; essa euzinha inútil viu que, fazendo um pouquinho só de esforço, consegue usar a língua de modo a abarcar todas as pessoas sem ofender ou excluir ninguém.

Então vou SIM fazer esse esforço! Não preciso mudar a língua portuguesa, não preciso alterar nenhum vocábulo, não preciso fazer nada além de um pequeno esforço e de tomar um certo cuidado na hora de escrever meus textos.

Basta priorizar palavras inclusivas que a língua já tem, como a palavra "pessoa" em lugar de "homem" quando me refiro a toda a humanidade (aliás, a palavra "humanidade" também é boa), basta tentar evitar o masculino "neutro", que é SIM marca do machismo estrutural, por mais que o linguista "phodástico" insista que não.

Por mais que o linguista “phodástico” consiga simpatias que apelem para sua autoridade de linguista “phodástico”, e que use o argumento da “correção” de uma língua que ele e as pessoas que criticam a linguagem neutra dizem amar, eu não vou cair nessa!

Muitas pessoas que babam ovo para o linguista “phodástico” usam como argumento o “amor à língua portuguesa” apesar de muitas vezes nunca a terem estudado; fazem coro e compartilham os discursos do linguista “phodástico” usando palavras como "declinação" que, antes de odiar a linguagem neutra, sequer conheciam e, se duvidar, algumas dessas pessoas usam palavras que sequer pertencem à língua portuguesa para fazer seus próprios discursos.

Estou falando sobre usar a linguagem neutra sem ter que alterar “uma letra!” de nenhuma das palavras usadas porque isso, eu penso, se deixasse o ódio de lado, até mesmo o linguista “phodástico” poderia fazer e recomendar.

E poderia fazer com mais facilidade do que eu uma vez que ele, por ser um linguista “phodástico”, certamente conhece mais palavras e maneiras de organizá-las em um texto coerente sem ter que apelar para o masculino “neutro”. Mas o fato é que não consigo ver nenhum problema em substituir uma letra de algumas palavras e de essa substituição se tornar padrão.

O linguista “phodástico” sabe, MUITO melhor do que eu, que, ao longo da história, muitas palavras que usamos hoje tiveram letras (e sons) acrescentadas, suprimidas e substituídas sem que isso causasse tanta aversão e ocasionasse tantos discursos de ódio. Por que esse ódio todo? Por que essa resistência tão teimosa? Sério, eu não entendo e não tem apelo à “pureza”, à “beleza” ou à “história” da língua portuguesa que me convença de que o linguista “phodástico” e as pessoas que concordam com ele têm razão. Porque, com certeza, o motivo na raiz de toda essa grita só pode ser definido corretamente por UMA palavra: Preconceito.

Adendo: Veja que, no texto que você acabou de ler, não usei o masculino “neutro” nem uma vez. Uso masculino em “linguista phodástico” porque originalmente era resposta a um texto que citava um linguista renomado (homem) discursando contra a linguagem neutra e reforçava com o “fato” de que esse apelo à autoridade não admitia questionamento porque o citado era “o maior linguista do país e talvez do mundo”. Já substituição do “F” pelo “ph” é uma mistura de ironia e necessidade. Mostra que é comum substituir letras sem provocar tanta gente quando o objetivo não envolve o preconceito das pessoas; e também serve para “enganar” o algoritmo e evitar que o texto seja excluído e que a pessoa (no caso eu) receba alguma punição, como exclusão ou suspensão da rede social onde muitas dessas “conversas” acontecem.

Divina de Jesus Scarpim
Enviado por Divina de Jesus Scarpim em 28/09/2024
Código do texto: T8161968
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