SAUDADE SENTIMENTO DIFÍCIL

“SAUDADE – SENTIMENTO DIFÍCIL”

 

 

Todos sabemos que a vida é, assim mesmo. Sabemos que, tudo que nasce, um dia, que não sabemos quando, vai morrer.

Será que isto nos conforta? Creio que não. Mesmo que a esperança de uma nova vida, num outro tempo e espaço, mesmo assim, a dor da perda, o sentimento da ausência, é o que realmente nos importa no momento e, pelo resto de nossos dias. Não creio que isso é falta de fé. Isso é gostar, amar, sentir saudades, daquele que foi e não volta mais, no aqui e agora.

Mas, confiantes em Deus-Pai, vamos nos agarrar na esperança de vida eterna e sonharmos que um dia nos encontraremos.

Sentir saudades não significa, de forma alguma, que estamos pecando contra Deus e que parece não aceitarmos o fato.

Claro que não é isso.

Mesmo Maria, a Mãe Eterna de Jesus, prostrou-se aos prantos aos pés da cruz e, chorando copiosamente, lamentou a perda do filho amado.

E nós, simples mortais, como vamos agir em momentos assim?

A saudade faz parte de nossa existência e, a maneira mais simples de mostrá-la, é derramar lágrimas e mais lágrimas, pelo ente que partiu.

Nada pode nos impedir isso.

Nada nos fará simplesmente aceitar e conviver tranquilamente com a idéia do “nunca mais”.

Sempre teremos a fé na esperança da ressurreição, que mais cedo ou mais tarde, estaremos todos juntos e unidos, aí sim, para todo o sempre.

Não aceitar, não significa que perdemos a fé.

Não aceitar, nesses casos, significa amar e amar profundamente o ser que partiu e, que, deixou e deixará as marcas de sua ausência, para todo o sempre.

É difícil o caminho sem aqueles que mais amávamos e que agora vivem em nossos pensamentos.

Nossos sentimentos confundem-se, nossas vidas são transtornadas, nosso dia a dia torna-se fraco, sem gosto de voltar a viver novamente e outras coisas mais que, todos, os que amam seus entes queridos, irão sentir.

Tentar não lembrar é como pedir que não respiremos o ar que tanto necessitamos, para nossa sobrevivência.

Somos viajantes do tempo e espaço e estamos aqui só de passagem, disso já sabemos mas, o que nos importa, no momento crucial da perda é que ela significa mesmo, uma perda, uma grande, sensível e inesquecível perda.

Tentar reconciliar as coisas, só o tempo, o dono de nossas vidas, é que tem esse poder.

Portanto, vamos dar a ele, ao tempo, o tempo necessário, para nos acostumarmos com a idéia de que “ele não volta mais”.

Essa tristeza, que invade nossos corações e, que nos coloca na beirada de um precipício, e, que parece não ter retorno, incomoda mais aos outros do que a nós mesmo.

Mas, temos que ir em frente, porque, na realidade, a vida segue seu rumo e as tristezas vão ficando mais leves, mais suaves, a medida que o tempo passa e tomamos novamente o rumo da vida.

Paciência, é a chave que abre as portas da compreensão humana e que nos torna humanos, mesmo que a saudade aperta o peito, que nosso coração sofra e que nossos dias se tornam sombrios.

Tenhamos calma, muita calma e confiança.

Confiança Naquele que deu seu filho para que Ele nos salvasse dessa que todos acham terrível, mas que, outro caminho não existe, para alcançarmos a vida eterna.

 

 

JC BRIDON

 

15,00hs.