Como assim, "...aprenda se comportar..."

Existe algo na infância dá minha época ao menos, que foram pouco respeitadas. Falo sobre a opinião, este entendimento que adquirimos como estando aceitos dês dos primórdios dá filosofia. Em casa éramos três irmãos, íamos aos domingos até onde a igreja católica reunia as crianças para o catecismo. Não me recordo como deveria, dos momentos preparatórios, deveria ter uns três anos, o mais velho uns cinco e o caçula dois anos. Essa diferença etária já nos colocava em situações distantes uns dos outros, talvez levando o mais velho se preocupar mais com o caçula, logo já havia em mim um sentimento..., "disso eu sei", más disso eu não sabia ainda. Certa manhã sai para ir a casa de um primo, que morava á uns três quarteirões, más gostando de andar naquela manhã fresca de Jundiaí, passei pela casa do primo e fui até o final dá rua, onde havia uma cerca e, podia ver um quintal bem igual ao nosso, e uma voz me chamando, menino, o menino. Fui prestando atenção até me aproximar de um menino que teria mais ou menos a idade do meu irmão mais velho, e ele me disse;- "quer ser meu amigo?" Olhei espantado, ele sentado próximo a cerca, vestia causas curtas e sapatos com meia, a camisa era branca e o cabelo comprido escorrido, estava bem comprido, não tão compridos como os meus, que era longo levemente cacheados e aloirado. Fiquei por instante sem saber o que falar e ele repetiu, "quer ser meu amigo e vim brincar aqui, -tenho uma irmã também ela esta ali", olhei e não vi a menina, más um tanto sem graça, falei - Más eu não sei ser amigo, eu sei ser irmão, vou falar para eles falar com você.

Chegando em cassa, sem passar pela casa do meu primo, chego falando com meus dois irmãos e conto para eles o caso.

Vivemos muitos anos naquela casa, de um terreno grande com arvores e éramos felizes.

Uma outra lembrança forte foi quando meu pai me leva com o irmão mais velho para uma igreja católica enorme, em um bairro próximo, más era noite e eu desavisado via várias pessoas vestidas de vermelho, e eles traziam umas velas acesas dentro de um, pra mim distante e no escuro, o que me parecia uns vidros. O padre lembro estar de vestes branca, más talvez algo como cachecol escuro no pescoço. Apesar dá igreja estar as escura o altar onde havia e talvez haja até hoje um Jesus crucificado estava acessas as lâmpadas, então o padre me pega nos braços de braços separados comigo deitado em suas mãos, com medo de cair fiquei espantado e calado enquanto ele fazia suas orações em voz alta, más garanto não me lembro de uma palavra, me restando uma foto, minha e do irmão mais velho que foi tirada em um outro dia, com as mesmas vestes. era uma promessa á São Francisco, o chamado voto de pobreza.

Bom aí vida que segue, más tínhamos de fazer a primeira comunhão, então catecismo aos domingos, até chegar na época dá confissão. Aí neste dia creio até sem querer o padre me faz entender a diferença entre mim e meus irmãos. É que ele manda eu rezar cinquenta aves maria, e uns trinta pai nosso, antes de eu sair. Então ali sentado orando e contando, via meus irmãos brincado, olhando para frente via o padre me olhando, e eu rezando sentado, já triste por não poder brincar com meus irmãos, que pareciam muito felizes.

Entendi o padre fazer questão de eu ver a alegria dos meus irmãos e como se davam bem, como me pareceu ele ficar olhando para eu perceber que ele me olhava vendo aquela sena. Trise continuei na minha penitência até o padre sair de sena. Não antes dos meus irmãos se aproximarem e perguntar porque eu estava ali sentado. Eu disse -é que tenho de terminar de rezar as aves maria e os pai nossos, que o padre mandou. Más criança, me levantei e fui brincar, feliz com eles.

Então imagina na mente de criança esta situação, ah eles se preferem e são felizes entre eles, más eu sou feliz assim também sendo eu distante deles. E vida que segue, cada dia aprendendo um pouco dá vida de criança que eu já conhecia.

Bom aí outro aprendizado desconsiderado pelos meus pais, foi o fato de em casa haver um limoeiro, que naquele ano estava muito carregado, aí me veio em mente colher os limões e vende-los, época de saquinhos de papel enchi alguns e dei aos meus irmãos, para que saíssem á rua para vender os limões, e eles chegaram com as mãos cheias de dinheiro, fomos até um barzinho, compramos doces e guardei o restante escondido embaixo de um taco já solto. Más fui questionado pelo meu pai que foi até meu esconderijo, e me fez entregar o dinheiro. Bom más não houve uma palavra comigo, saíram de sena e nos proibiram de vender os limões. Entendo estes pequenos episódios moldar de certa forma meu futuro, que me distanciava dos irmãos e não me aproximava dos mais velho, fui me sentindo como me vejo hoje, uma quase aberração.

Sim estes fatos e tantos outros nestas descobertas do viver, foram mesmo talvez como diferente, e assim fui me moldando, até que outra maratona iniciasse, em 1969. Este foi o ano do meu primeiro emprego, claro antes já havia passado por poucas e boas na escola, até perdendo prestigio com professores e amigos. Já rebelde além do primário em escola Estadual, também estudava no Divino Salvador, uma escola de padres em Jundiaí, más estudava lá e no primário também, em dupla jornada.

Já havia passado por acidentes caseiro, onde perdia muitas aulas e estava até aquele ano aleijado dos dois braços, havia quebrado os úmeros, na altura do braço, "sim os cotovelos", aí os braços nem as mãos funcionavam direito, embora meu esforço era grande para faze-los voltar a normalidade, coisa que só consegui próximo de 1974.

Embora com problemas, o advogado do então INPS, que trabalhava em seu escritório particular após as quatorze horas, me contrata e trabalhei lá por três anos. Bom eu agora 1973, em um Brasil de ditadura, último ano do presidente Emilio Garrastazu Medisse, entendendo o momento que vivíamos, quase plenamente, mais pelas noticias em rádio e televisão, que assistíamos dês de 1964. Estes acúmulos de informação, apesar de ter me levado ao que chamavam de presidente dá sala, a criar um como projeto um jornal estudantil, que me levou a expulsão.

Assim em 1974 parto para o Triângulo Mineiro, em uma fazenda de 54 "alqueirões", os assim chamados alqueires Mineiros. E lá fui aprendendo ser tratorista e fazer todo trabalho de planta e colheita, foi magico até 1976, quando volto para servir a "Pátria Armada". Coisa que fui barrado pelos meus pais, alegando ser eu arrimo de família, me levando a ser dispensado, com a responsabilidade de me apresentar acaso algum soldada dá época apresentasse doenças venéreas, ou tuberculose, passando a compor um quadro de vinte soldados , nestas mesmas condições.

Bom então assim chego nesta questão ideológica atípica, não me interessando pelo dinheiro, más pelo que podemos fazer na vida, para contribuir com a sociedade tão difícil pra mim, mesmo fazendo parte dela. Assim mesmo casado, não havia aprendido o valor do dinheiro, como um valor de respeito ou moral, como é disseminado na cultura Nacional, aprendi a viver pela causa, sem medir consequências, estas que até hoje me coloca em maus lençóis por algumas vezes.

E entendam esta crônica não é uma "Minha Culpa, Minha Máxima Culpa", más antes é um olhar que me foi negado pela sociedade, dês dá família preocupada enquanto família. Assim em um talvez" aprenda a se comportar", e estou tentando até hoje aos 66 anos.

Kiko Pardini
Enviado por Kiko Pardini em 16/09/2024
Código do texto: T8152553
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