CUIDADO PARENTAL

Em seu livro – O GENE EGOÍSTA - o zoólogo inglês Richard Dawkins afirma com todas as letras, muitas vezes repetitivo ao longo dos capítulos, que a nossa única utilidade enquanto vivos é transmitir para nossos descendentes os genes que recebemos dos nossos ancestrais e garantir a vida da prole até que possa se manter sem auxílio, como fazem os felinos de hábito solitário.

Pensando conforme a visão materialista do autor isso é um fato incontestável, mas que pode ser refutado se levarmos em consideração a evolução dos seres vivos, pois esse cuidado com a prole só vem se apresentar quando a complexidade evolutiva se instala.

Ninguém jamais verá estrela do mar, minhoca, barata ou serpente protegendo sua cria como faz a galinha de terreiro que é capaz de aleijar o desavisado gavião que quer levar um dos seus pintos para alimentar seu filhote, sempre faminto, no ninho feito lá nas alturas, ou atacar lagarto ou qualquer outro animal, inclusive humano, que imagine transformar seus ovos em refeição.

A Zoologia, para facilidade de estudo e entendimento dos seres divide-os em Classes, de acordo com o seu grau de evolução estrutural e esse cuidado em defesa da cria está registrado em filmes documentários de vida animal que se utilizam das mais diversas técnicas, tanto para a incubação, no caso dos ovíparos de “sangue frio” que enterram os ovos para que o desenvolvimento ocorra aproveitando a temperatura geotérmica (tartarugas, que jamais reconhecerão um seu filhote) ou a gerada pela decomposição de matéria orgânica (crocodilianos, que cuidam do ninho até a eclosão) e notadamente os mamíferos placentários ou marsupiais.

Muitos milhões de anos depois, com o surgimento dos hominídeos que requerem maior tempo, tanto de gestação quanto de treinamento, chegamos aos humanos atuais, autoproclamados Homo sapiens sapiens. Desses hominídeos o exemplar mais antigo achado até hoje na Etiópia foi nomeado Luci, está classificado como Australopitecos e pela análise esquelética determinada fêmea, mas não sabemos se ela reproduziu ou não por já haver naquelas priscas eras os ideais LGBTQIA+...XYZ e etc. que interfere na transmissão dos genes para a geração seguinte com a confusão causada pelos ideais dos que organicamente podem, mas não querem e os que querem, mas podem pela ausência do aparelho reprodutor, mas para o sucesso das levas migratórias foi essencial a transmissão de conhecimento entre as gerações a fim de melhor se adaptarem aos novos ambientes que, invariavelmente modificaram tanto o físico quanto os comportamentos dos grupos originais, criando moral e ética diferenciadas.

Trazendo essa conversa para os dias atuais, notamos que está havendo o fenômeno social de transferência dessa preparação, pois a educação doméstica está sendo terceirizada para os cuidadores vez que os reprodutores se eximem dessa responsabilidade, quando deixam as crianças desde antes mesmo de completarem um ano de vida entregues durante o dia todo em creches, porque a estrutura familiar, praticamente deixou de existir.

Antes, dentro da hierarquia das famílias, eram os adultos quem determinava os alimentos, a instrução, diversão, a vestimenta, orientação social e espiritual que, em última análise trata de transmitir os conceitos de moral e bons costumes usando a figuração de um ser superior que está sempre presente e pode castigar os malfeitos.

Hoje as crianças no final da primeira infância, que se determinava em 7 anos, sabem que são a maior autoridade dentro de casa e fora dela porque não recebem nenhum corretivo quando demonstram toda a sua ferocidade ao serem contrariadas em qualquer demanda.

São déspotas incontroláveis, histéricos, agressivos e protegidos pelo AUTISMO, que em sua maioria nada mais é do que a nova nomenclatura para falta de educação e relaxamento da autoridade parental pela tendenciosa interpretação do ECA.

Esses corretivos, atribuição originária familiar, por força de lei não podem ser praticados nas creches aonde as crianças passam a maior parte do tempo da vigília diária. São gestos, palavras e ações para agredirem tanto os profissionais quanto os colegas, chegando a mutilações provocadas por objetos, dentadas ou pancadas em salas com lotação definida por técnicos de gaveta que nunca estiveram em sala com 24 crianças de mesma idade e com apenas dois adultos, com o objetivo de transmitir o currículo determinado por outros tecnocratas que, sem ter a vivência, definem conteúdo e as normas de procedimento.

A necessária interação entre família e escola não existe nesse universo de faz de conta:

- Faz de conta que tem família;

- Faz de conta que se ensina a reprimir o ímpeto agressivo inerente ao humano para viver em sociedade;

- Faz de conta que aprendeu;

- Faz de conta que estamos preparando cidadãos “úteis à pátria e à humanidade” conforme consta no juramento dos profissionais da Pedagogia, mas que se aplica a todos nós, por estarmos sendo observados e servindo de exemplo para os miúdos, sempre e em todo lugar.

GLOSSÁRIO

Australopitecos = macaco do Sul

Autismo = Transtorno do neuro desenvolvimento, com comportamento restrito, repetitivo e inflexível

ECA = Estatuto da Criança e do Adolescente

Homo sapiens sapiens = homem que sabe que sabe

Luci = hominídeo com 3.2 milhões de anos