O Peso do Mundo nas Mãos de uma Mãe
O tempo é um corredor incansável. Corre sem nos perguntar se estamos prontos para acompanhá-lo. Os cabelos perdem o vigor da cor, a pele acumula marcas, mas o espírito... ah, o espírito carrega consigo algo precioso: as lembranças. A vida de quem muito viveu é como um livro antigo, com páginas amareladas pelo tempo, mas repletas de histórias que valem ser lidas, mesmo que muitas vezes, entre uma linha e outra, escape uma lágrima.
Hoje conto a história de Cluesa Strada, uma mulher que, desde muito jovem, aprendeu o que é carregar o peso do mundo nas costas. Mãe dedicada, começou sua jornada como diagramadora em uma redação de jornal, e lá permanece até hoje. Seus filhos cresceram, e embora já adultos, nem todos conseguiram concluir a universidade. Talvez, ela mesma reflete, o trabalho e a necessidade de sustentar a família tenham roubado um pouco do tempo que ela gostaria de ter dedicado a eles. Mas o amor e o esforço, disso ninguém pode duvidar.
Cluesa nunca foi do tipo que acredita em criar os filhos com total liberdade. “Ser boazinha não significa deixar os filhos fazerem o que querem. Às vezes, é preciso ter pulso firme”, diz ela com a sabedoria de quem já viveu muitas batalhas. Ela não defende a violência, mas acredita que, para educar, é necessário ensinar limites, mostrar que o mundo lá fora não será tão gentil.
O jornal, com suas manchetes, reportagens e prazos apertados, tem sido sua segunda casa. Colocar ordem no caos de uma redação é tarefa difícil, especialmente quando se tem uma família esperando por você ao final do dia. Mas Cluesa, como tantas outras mães, nunca reclamou. Ela sabe que a vida de uma mulher que trabalha fora exige malabarismos diários. Não é só ela que merece o título de guerreira, mas todas as mulheres que acordam cedo, correm para o trabalho, e ainda voltam para casa com um sorriso no rosto, prontas para cuidar de seus filhos, maridos e até da casa. Elas são as heroínas silenciosas de todos os dias.
Maio é o mês delas. O segundo domingo, dedicado às mães, é uma singela homenagem para quem, mesmo com dores no corpo e no coração, finge que está tudo bem só para acalmar o filho aflito. São essas mulheres, que recebem com braços abertos, mesmo quando tudo que os filhos trazem são problemas. E, ainda assim, elas os acolhem, curam as feridas e jamais escolhem favoritos. Para uma mãe, todos os filhos são iguais. Todos são amados com a mesma intensidade.
Cluesa Strada é só uma entre tantas. Uma história, entre milhões. Mas, ao ouvir suas palavras, reconhecemos que sua luta é universal. É a luta de todas as mães.