Cheguei em casa, liguei o som, Barbra Streisand começou a tocar na lista aleatória, Woman in Love. Música linda, tempos não ouvia esta artista. Voz aveludada, gostosa. E quem contempla a boa música sabe o quão afundados no lixo cultural estamos no Brasil. Nossos "representantes" são inimigos da qualidade, parece. Mas não é para falar sobre música que estou aqui digitando agora. Foi apenas uma observação.
Vez por outra dou uma espiada sem a ótica da literatura e, que deserto de ideias! Como edificam o que há de pior nas mídias, jornais, enfim, nos canais como um todo. Vou garimpando. Sinto-me uma garimpeira na busca pelo ouro. A cesta lotada de cascalhos.
Pelas ruas, uma poluição sonora. Nos mercados também. O mundo grita para tudo e, de maneira forçada, nos tornamos íntimos do inferno.
A qualidade purifica o gosto, calibra. Claro, gosto não se discute! Mas que estamos mergulhados nessa cultura de qualidade duvidosa, estamos! Basta sair de casa que o inferno recomeça. Uma onda que tenta se tornar familiar a todo custo.