Chá de Casa Nova
Antigamente, quando alguém iria se casar, era usual o ditado: “Quem casa, quer casa”. Hoje, com a proliferação de prédios, o mais condizente seria: “Após o casamento, vem o apartamento”.
No meu tempo, antes do enlace matrimonial, o casal planejava se compraria uma casa pronta ou se a construiria.
Eu, particularmente, comprei uma casa simples, de madeira, e somente depois do casamento, construímos uma de alvenaria.
Naquela época, já existia festa para comemorar a habitação nova. Eu não fiz tal comemoração, chamada Festa da Cumeeira.
Hoje tudo mudou. Normalmente a pessoa aluga, ou compra, um apartamento para viver junto com o amor da vida.
Recebi dois convites para algo que desconhecia: Chá de Casa Nova.
Um, pode-se falar que segue as regras impostas pela Geração Z (turma que nasceu entre a segunda metade da década de 90 e o ano de 2010). A outra é bem do estilo de quem nasceu nos anos 60, a Geração X. Nem recebeu o título de Chá de Casa Nova, mas sim Churrasco de Inauguração do Apartamento.
No atual estilo, o convite foi feito pelo WhatsApp, instituição que já nasceu e cresceu em um mundo totalmente digital.
Foi enviada lista de presentes, informando o que os convidados deveriam levar aos nubentes. Na relação, à medida que iam sendo comprados na loja pré-determinada saíam do rol, constavam: travessa de vidro, jarra térmica, escorredor de louça, jogo de copos, jogo de panelas, toalhas, lixeira de cozinha, lixeira de banheiro, panos de prato, liquidificador, assadeira, formas, pratos e talheres. Regalos simples, porque o casal adquirira o imóvel com os móveis e eletrodomésticos maiores incorporados ao empreendimento. Como não pude ir, por ter compromisso inadiável, o casal ficou sem receber as travessas, meu presente.
No convite do amigo da Geração Coca-Cola, feito no boca a boca, não havia pedido de presente e sim uma necessidade, que levassem alegria e descontração.
Ambas as comemorações foram realizadas no Salão de Festas do respectivo apartamento.
Tive conhecimento de que no primeiro foi distribuído, já na entrada, uma caixa de bombons, lembrança do evento.
Salgadinhos, docinhos, sanduíches, refrigerantes (com e sem açúcar), e sucos diversos, foram servidos à vontade.
No outro, linguiça, farofa, pão, churrasco, cachaça pura, com butiá e cerveja. Rolou até um joguinho de dominó, enquanto alguns rivalizavam aos gritos numas rodadas de truco, outros disputavam amistosamente partidas de canastra.
O que vale a pena fazer, em qualquer festa das Gerações X, Y, Z e Alfa é confraternizar com os amigos. E que sejamos felizes...
Aroldo Arão de Medeiros
13/03/2024