Como matar o amor

Como se mata o amor?

Que dissabor!

A sensação de unhas afiadas rasgando por dentro

Cravando feridas pela garganta

Já se passaram algumas horas

Não chora, não fluiu em sua mente

Não ainda, ainda sim, que queira

Beirando correr sem desabar

Foi desabafar, na beira de um copo, uns corpos

São vários goles, travados, quão asco

Como matar lágrimas?

Que bem-querer!

Ela apenas sorri, deixou ser diminuída

Iludir, tanto barulho ao seu redor

Invasiva de si mesma

No silêncio que passa em sua frente

Bem aos seus olhos, descaradamente, escancara

E mesmo sem enxergar, tenta aguentar

Sua mãe se joga para salvá-la

Joga com palavras, quer convencê-la a enxergar o perdão, mesmo para quem já tocou várias vezes sua cruz

Atravessada pelo obsoleto, pelo inóspito

Ainda no escuro das mentiras e traições da humanidade A desumanidade sagaz devasta com um dislate

Um tanto saliente, bem escroto e cruel

Pupilas dilatadas, mãos atadas

De repente, alguém puxa a corda e aperta seu peito

Sem pudor, sentimentos genuínos ou consideração

As horas diminuem, o relógio está pequeno, uma lágrima à beira do Caño Cristales, mesmo sendo ela assim, única

Que pena!

Sabe encarar! Será?

Realidade! Apunhalaram-na jocosamente novamente

Empilha as tuas máscaras em uma pilha de jornais

Eles são e estão sujos aos seus pés, sem chão

Alí com seus olhos sujos pelo que viu, uma vez mais, seu chão, dormente

Segue e reegue-se serenamente

Kessi Santos
Enviado por Kessi Santos em 19/11/2024
Reeditado em 21/11/2024
Código do texto: T8200444
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