Como matar o amor
Como se mata o amor?
Que dissabor!
A sensação de unhas afiadas rasgando por dentro
Cravando feridas pela garganta
Já se passaram algumas horas
Não chora, não fluiu em sua mente
Não ainda, ainda sim, que queira
Beirando correr sem desabar
Foi desabafar, na beira de um copo, uns corpos
São vários goles, travados, quão asco
Como matar lágrimas?
Que bem-querer!
Ela apenas sorri, deixou ser diminuída
Iludir, tanto barulho ao seu redor
Invasiva de si mesma
No silêncio que passa em sua frente
Bem aos seus olhos, descaradamente, escancara
E mesmo sem enxergar, tenta aguentar
Sua mãe se joga para salvá-la
Joga com palavras, quer convencê-la a enxergar o perdão, mesmo para quem já tocou várias vezes sua cruz
Atravessada pelo obsoleto, pelo inóspito
Ainda no escuro das mentiras e traições da humanidade A desumanidade sagaz devasta com um dislate
Um tanto saliente, bem escroto e cruel
Pupilas dilatadas, mãos atadas
De repente, alguém puxa a corda e aperta seu peito
Sem pudor, sentimentos genuínos ou consideração
As horas diminuem, o relógio está pequeno, uma lágrima à beira do Caño Cristales, mesmo sendo ela assim, única
Que pena!
Sabe encarar! Será?
Realidade! Apunhalaram-na jocosamente novamente
Empilha as tuas máscaras em uma pilha de jornais
Eles são e estão sujos aos seus pés, sem chão
Alí com seus olhos sujos pelo que viu, uma vez mais, seu chão, dormente
Segue e reegue-se serenamente