QUÃO GRANDE ÉS TU⁹
QUÃO GRANDE ÉS TU.
Era madrugada, de uma noite quente.
Levantei-me, à procura de ar livre, abri a porta da sala e, já no jardim, pude ver como a noite, imersa no silêncio, é suave e acolhedora.
Uma brisa leve envolveu meu corpo, ergui a cabeça e me deparei com um espetáculo de arte infinito. Lá no céu, cercada de estrelas, a lua desfilava airosa, como rainha suprema das profundezas celestiais.
Num voo mágico da imaginação, vi-me mergulhando nas alturas, sentindo a vertigem própria da viagem, rumo ao espaço sem fim.
Em meio à imensidão, percebi a grandeza da obra divina, no manto azulado, cravejado de pedras preciosas, que se estendia nos abismos celestiais. Senti-me um grão de areia, no oceano daquela aquarela, desenhada com perfeição.
A tela, pintada no manto púrpura do infinito, se estendia além, muito além do horizonte de meus olhos. Seduzido por tanta beleza, emocionado ante o brilho dos astros, que mergulhavam no tempo e no espaço, em velocidade inconcebível, senti a presença do Criador que, como Artista Supremo, admirava sua obra, sussurrando à passagem dos cometas de luz: " Eis que tudo é muito bom".
Despertando de meu sonho etéreo, voltando ao meu jardim, já presenciando os primeiros raios doirados do amanhecer, exclamei, em prece contrita:
" - Senhor, quão grande és Tu."