Efélides

Confesso que me perdi, tentando contar as incontáveis estrelas em seu rosto. Pequenas constelações alaranjadas, rabiscadas delicadamente uma a uma, pinceladas precisas nesse precioso olhar que me deixou apaixonado. Suas sardas, silenciosas, sussurram um enigma, uma caça ao tesouro, e seguindo pista por pista, finalmente pousei em seus ombros e encontrei novos pontos, pontilhados e deslizando minha mão pelas suas costas, desenho um milhão de sensações até cair no sono, esparramado sobre o céu iluminado do seu corpo colado ao meu.

Quando acordei, as estrelas que iluminavam sua pele transformaram-se em sóis radiantes, o amanhecer lento, fez com que eu conseguisse admirar cada pedaço do seu ser, e enrolados no lençol fomos nós, nossas pernas entrelaçadas, nossas almas deram um nó e eu desejei profundamente que aquele momento fosse eterno. Meus dedos viajavam pelos continentes, eu fui de país em país, de cidade em cidade, e desejei permanecer ali por dias observando o mundo sublinhado em ti.

Suas marquinhas tão suaves suavizaram toda a minha confusão e em paz eu fiquei, esperando você despertar de um sono tão profundo, enquanto esperava eu pedi a todos os deuses, santos e magos que as boas energias do universo estivessem ali, para que quando você acordasse sua decisão fosse ficar e iluminar por mais tempo a minha vida.