A cadeira de balanço
Estática, imóvel, empoeirada no cantinho escuro do porão. Foi assim que apareceu ao abrir porta e ao adentrar naquele depósito que a muito evitava até passar por perto com receito de a dor da saudade voltaria remexer as velhas feridas aparentemente cicatrizadas. Uma avalanche do passado aterrizou na minha imaginação trazendo ao presente os por menores de minha infância que ficaram na lembrança deixando expelir saudade de machucar o corpo e a alma. Em uma das cenas pude ver sentado com olhares fixos como se nessa reta infinita horizontal poderia rever os passos que ainda restavam na caminhada. Cataloguei e criei nesse cenário as muitas lembranças dos bons tempos da minha infância onde era meu herói imbatível dono do escudo que me levava ao porto seguro em questão de segundo. Já adulto presenciei sua leve decadência física e algumas derrapadas, oscilações da memorias nem queria acreditar que estava perdendo meu porto seguro e meu herói. Hoje sentindo o peso da idade busco suas mãos, não encontrando ao ver a cadeira vazia brota lágrimas nos meus olhos sabedor da situação recorro ao amparado invisível onde as tristezas lentamente vão saindo ao recordar mensagens do velho mestre que diz: Nunca ficaras desamparado basta pedir ajuda eu estarei pronto para te atender.