Noite feliz
Uma noite feliz de insônia me fez lembrar os tempos de infância, das minhas mais antigas memórias, cuja fechadura é feita de carinho e ternura, e envolta num abraço forte de um mundo que nunca mais voltará.
Lembro das tardes de verão, quando chegava em casa e ajudava minha mãe a montar a árvore de Natal e de quando assisti vários filmes com a minha tia e o que mais gostei foi Os Fantasmas de Scrooge. Caramba! Aquele filme me fez entender e despertar o senso crítico que o vini criança ainda não entendia bem.
Também teve a vez que fui com a minha tia numa loja comprar decorações e depois decoramos a casa toda, no mais maravilhoso clima natalino que uma criança poderia vivenciar, o clima no ar, dava para sentir.
As manhãs úmidas, frescas e ensolaradas de dezembro, ruas ainda molhadas da tempestade da noite anterior, coisas raras em tempos de ebulição global.
A noite de Natal, em que os parentes se reuniam em casa, que hoje não mais frequentam. A manhã em que queimei a toalha de mesa da minha mãe e ela não ficou brava.
Será que os adultos estavam fingindo? Ou os tempos mudaram?
Esse ano marcará meu primeiro Natal longe de casa. Embarcarei já sabendo que foi a melhor decisão que já tomei. Voarei em busca de aventura, algo novo, liberdade e vento na cara, algo que busquei e, surpreendentemente, acabou por me encontrar... Sei que aqueles sentimentos de infância não mais voltarão, mas tenho certeza de que descobrirei novos, tão valiosos quanto.
Lembranças distantes, suave nostalgia
Uma aventura, navegando na imensidão
Caminhos novos, trilhas de exploração
Amor imprevisto, junta-se a emoção
Se compôe uma nova canção