Sete de Setembro e Império Perecível
O ferro quente da terra exposta
Grita em brasa no ar poluído
O verde que outrora foi resposta
Tombou ao machado, solo despido
A mata, mãe de tantas raízes
Chora ao vento sua destruição
Dom Pedro sonhava com diretrizes
De um Brasil forte, sem desolação
Mas as revoltas deixaram marcas
Do sangue que correu em vão
Enquanto florestas se tornam arcas
De um futuro que foge à razão
O Sol arde em protesto aceso
Enquanto rios choram em dor
No trono, a coroa imprime peso
De um império que se perdeu no calor
Hoje, chamas que tempo conduz
Desfaz-se liberdade que brilhou
Aquecimento global, desmatamento, cruz
De um país que se partiu e queimou
Decimar da Silveira Biagini
Poema metafísico
Inspirado por
Gregório de Matos e Guerra
07 de outubro de 2024