Império do Medo

Sintam medo! As sombras se erguem como guardiãs silenciosas com olhos vigilantes que espreitam cada movimento. Segredos se escondem nas esquinas escuras, enquanto passos fantasmagóricos ecoam pelos corredores vazios. O vento carrega sussurros de desespero, e os corações acelerados batem em um ritmo frenético. Os mandatários desejam um constante tormento que nunca deverá cessar.

Muros altos e cercas elétricas oferecem proteção, criando a sensação de que são os cidadãos que estão dentro dessa uma prisão invisível. As noites não têm estrelas, e as almas, aprisionadas, vagam sem rumo. O silêncio opressor sufoca as vozes, calando qualquer tentativa de resistência. A esperança parece uma lembrança distante que escapa entre os dedos dos desesperados, perdida em mentes controladas pelo medo.

O medo domina, consome tudo ao seu redor. Ele invade cada pensamento, apagando as esperanças e mergulhando a realidade em uma penumbra opressiva. A liberdade é uma ilusão etérea, sem rosto, sem nome. No império do medo, a luz é bruxuleante, e as sombras se multiplicam, trazendo consigo uma paz sem voz, uma inquietação fria e silenciosa, como um peso invisível que assombra a mente e o coração.

E é na escuridão mais profunda que uma chama insiste. Um desejo de liberdade que teima em nunca se apagar, mas, a coragem não se ergue contra as maldades do medo. No império do medo, a coragem é a última resistência, e um dia, quem sabe, a voz da garganta ressurge. Contudo, o Império do Medo deve continuar, por cem anos e outros cem anos a crueldade e o medo devem reinar.

Paulo Siuves
Enviado por Paulo Siuves em 03/09/2024
Código do texto: T8143725
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