O Brasil do Congelador

Era uma vez um país onde o salário mal dava para a feira da semana, mas já queriam colocá-lo no congelador por seis anos. Não para preservar, não para manter o frescor ou garantir estabilidade — mas sim para estagnar, para sufocar, para calar a esperança de quem acorda cedo, encara ônibus lotado, enfrenta patrão carrancudo e ainda volta pra casa com o cansaço de quem carregou o mundo nas costas.

Essa é a proposta dos iluminados da extrema direita: equilibrar as contas públicas? Fácil. Corta do pobre. Congela o salário de quem já vive abaixo do necessário. Aperta o cinto de quem não tem mais nem cinto, só corda no lugar. Porque, para essa gente, trabalhador feliz é aberração. Comer bem? Luxo. Viajar de avião? Pecado. Fazer turismo? Isso é coisa de elite — da elite que eles defendem com unhas, dentes e narrativas distorcidas.

O Brasil deles é um país para poucos. Um país onde o rico acumula isenção e o pobre herda a conta. Onde trabalhador é culpado pela crise, pela inflação, pela previdência, pela chuva que não veio. Eles olham o povo com desprezo, como quem vê uma multidão que incomoda, que atrapalha a vista da janela panorâmica do condomínio de luxo.

Mas há algo que eles ainda não entenderam: o trabalhador brasileiro é teimoso. É do tipo que sorri mesmo na dificuldade, que faz vaquinha pra ajudar o vizinho, que levanta cedo e ainda agradece. Esse povo, que a extrema direita tenta sufocar, é o motor real do país.

E é por isso que ainda temos esperança. Temos parlamentares comprometidos, movimentos sociais organizados, vozes que não se calam. Gente que entende que progresso de verdade não se mede pelo lucro do banco, mas pelo prato cheio na mesa de quem sempre foi deixado para trás.

Não aceitamos o Brasil do congelador. Queremos um Brasil quente de vida, de oportunidades, de justiça. Queremos um país onde o trabalhador seja respeitado, valorizado e, sim, onde ele possa comer picanha no domingo, fazer churrasco, viajar, descansar — porque dignidade não é luxo, é direito.

E se depender de nós, o congelador vai derreter. Precisamos ajudar quem nos ajuda, não quem nos quer fora dos benefícios!

Sandro Almeida e Eraldo Silva- jornalista
Enviado por Sandro Almeida em 18/04/2025
Código do texto: T8312459
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