2º PRATA DA CASA - NÚMEROS IMPRESSIONANTES

2º PRATA DA CASA - NÚMEROS IMPRESSIONANTES

"Os cães ladram e a Caravana passa..."

IBRAHIM SUED - colunista carioca dos

anos 1960/70.

Uma imensidão de jovens autores vem participando dos eventos literários de Entidade gaúcha, isso desde 2018 ou 2019. Partindo de 2 Concursos anuais -- um em cada semestre -- a Empresa (o nome é impróprio) ampliou seus eventos, "invadiu" a seara do microconto e, recentemente, do haikai "à brasileira" (?!) e segue crescendo, em conceito e participação. Terá que estruturar-se -- se já não o fez -- para dar conta desse espantoso volumes de pretendentes aos valiosos prêmios de 15 MIL, de R$ 10.000,00 e 5.000,00 reais.

Ainda que o evento tenha se transformado "numa Serra Pelada literária" -- à revelia dos organizadores -- temos só nesta edição mais de 7 MIL autores, a maior parte (senão todos) confiando nos critérios de AVALIAÇÃO dos 7.712 textos e julgando a si mesmos a partir da seleção inicial. É quase um ENEM e com expectativas semelhantes.

Os mais jovens ignoram o significado do termo "Prata da Casa", muito usado nos tempos dos seus trisavós. (Se é avô ou avó hoje aos 36, 38 anos !) Naquela época era a louça especial usada só nos dias solenes, de festa, de aniversários, casamentos ou visitas importantes. A louça era quase sempre de porcelana ou pratos de cristal (nada de pirex ou alumínio) e a PRATA se referia aos talheres, guardados numa caixa aveludada o ano inteiro. Saíam dela 72 ou 90 peças, PRATA DE LEI, faqueiro mantido "a 7 chaves", só a dona de casa tinha acesso.

Adiante, vulgarizaram o uso da expressão... a Entidade literária doará aos que passarem para a "semifinal" um livreto com trechos de obra do vencedor do Concurso anterior, por email... é uma idéia arriscada, caso o trabalho não seja ótimo ou muito bom. Afinal, o tal presente servirá "de régua" para os demais participantes julgarem seus próprios escritos... em relação àquele. Em Literatura TUDO é subjetivo: eu, por exemplo, continuo sem gostar de Machado de Assis, que passa por gênio no Brasil inteiro, além de Marte, dos lunáticos e dos Venusianos.

O que mais admiro nesta Entidade é o fato de não exigir INEDITISMO... creio que tal imposição é a maior estupidez já criada em concursos literários. Tudo bem, fiz parte de grupo de Trovadores em Belém entre 1992 e 2003... tal costume é tradição nos concursos de lá, isso desde os anos 1920 ou 30. O que me parece é que o INEDITISMO obriga um Autor a guardar sua obra por período imenso (às vezes, anos) se for participar de ou 3 concursos anuais. Ora, precisa esperar pelo resultado de 1 para, só depois, entrar no seguinte, com a mesma obra, claro. Outra questão é o uso de APELIDOS... nos 2 casos o JÚRI -- seja quem for -- sai "chamuscado" do evento. Fica parecendo que, SE CONHECER o Autor -- ou outra obra dele, nos caso dos INÉDITOS -- não julgará COM ISENÇÃO ! Em outras palavras, se o Rei Roberto Carlos -- ou o Gil, Martinho da Vila, Fernanda Torres -- entrar com conto ou poema num Concurso desses, ELE VENCE, apenas porque os jurados "não teriam coragem" (?!) para eliminar "Sua Majestade".

Literatura é, antes de tudo, exercício DE LIBERDADE... se um jurado qualquer se achar tolhido em seu julgamento de um texto apenas porque o escritor é o "Rei do Yeyeyê", é melhor nem aceitar o encargo. Aos participantes resta conformar-se com o resultado final e tentar novamente no ano seguinte !

"NATO" AZEVEDO (em 5/abril de 2025, 20,40hs)

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OBS: certamente os 3 vencedores de cada gênero (ou estilo) literário se consagram enquanto AUTORES, por superarem 2 ou 3 MIL concorrentes.