BIÔNICO INELEGÍVEL
BIÔNICO INELEGÍVEL
Eu nasci aglutinado num lugar chamado família
Cresci ouvindo um maluco danado, um sujeito
Viciado ao qual eu tinha de chamar de paitriota
Enganava e mentia para mais de meio mundo
Favelados e mentes periféricas, na maior miséria
Acreditavam no safado, em tudo que ele dizia
Um povo híbrido a jogava trinca aos trios
Com um carma turvo, Senzala do submundo
Traidor do Vero Evangelho, um Cão danado
Queria que todo o mestiço povo se chamasse
Raimundo. Fundou no Plano Central, Uhau,
O Gabinete do Ódio de onde presidia do alto
As galeras abjetas do negacionismo Ogro
Do agronegócio caro, milionário, organizado
Para a dominação de crimes por baixo
Muito abaixo, no tapetão no submundo
Nos esgotos da República do futebol
E do verde amarelismo de camiseta
Sambalêlê, nas escolas mil, militarizadas
Pelo fanatismo da patriotada brejeira
De caneta em punho o bruxedo de caserna
Quis ser a Porta-Bandeira do samba
Enredo do Crioulo Doido das fachadinhas
E aparência externas ou frontispícios
Sob o comando do presídio Rei da Vela
O país todo na mão direita do Inelegível
Perseguições, prisões, torturas, a volta
Insana da ditadura, o país raiz da tirania
A viger o novo Ato Institucional n° 5
O horror, O Ethos de caráter amoral a
Viger na Sapucaí dos blocos de carnaval.