POR UM DEBATE REALISTA

Quase ninguém sintoniza mais seu rádio em alguma FM que atenda, pelo menos em parte, suas preferências musicais, vivemos num mundo de individualidades, e claro, isso se estende até para o fundo musical que acompanha o estar em casa.

Confesso, de pés junto, a preguiça que me envolve, quando penso em produzir uma coletânea de músicas, hoje popularmente conhecida como playlist.

Sempre que estou e casa, sintonizo a JB, que na minha concepção consegue transmitir um mix de músicas variadas, intercalada a cada hora por um mini noticiário local.

Bom, tudo ia bem, até a entrada desse maldito horário eleitoral gratuito. Acredito que toda campanha, independente do candidato deveria passar por uma censura prévia. Para ser veiculada necessariamente deveria passar por um crivo, tanto de conteúdo, como de forma.

Sabe aquela regra do futebol, que delega ao árbitro o uso dos cartões amarelo e vermelho, para melhor controlar o andamento da partida. De acordo com a infração eleitoral cometida, um cartão amarelo suspensão do programa no dia, dois cartões amarelos suspensão da campanha por três dias, e finalmente o cartão vermelho suprime a campanha por uma semana.

De acordo com o que estações têm veiculado, felizmente ficaríamos livre da campanha até 2026, pois mentiras deslavadas, seja do alcance do mandato de vereador, ou pior ainda do prefeito, onde o candidato de extrema direita promete intervir na segurança pública, mesmo sabendo que essa seara pertence às polícias civil e militar, ambas vinculadas aos governos estaduais.

Já para supostos debates na TV, estes precisariam se reestruturar, pois o campo das ideias não faz mais parte da pauta. Imagino que além das cadeiras devidamente aparafusadas ao chão, evitando que cenas, como a do pleito à capital paulista se tornem naturalizadas.

Sugiro que TVs façam de imediato uma série de ações preventivas: o teste do bafômetro, o uso de detector de metais e revista detalhada de objetos cortantes e perfurantes. Para inibir embates físicos seria providencial todos candidatos terem as mãos algemadas às costas.

Suas claques e assessorias devem necessariamente ser isoladas acusticamente, lhes permitindo apenas assistir as imagens do debate, os mais dotados poderão fazer leitura labial, para pelo menos ter noção do que ocorre nesse circo de horrores.

O mediador do debate terá um ponto que lhe avisará se o teor do discurso é mentiroso, na mão um controle remoto poderá ser acionado, deixando mudo o farsante. Candidato que reincidir na mentira terá seu fone desligado, restando-lhe apenas assistir ao restante do debate.

Todo candidato que não responder objetivamente ao questionamento, perderá a fala imediatamente, ficando ainda fora da rodada de perguntas seguinte. Qualquer tipo de agressão verbal a concorrentes terá punição similar à anteriormente aplicada.

Estas talvez sejam algumas alternativas de elevar o nível de propostas, tornando assim os debates mais ricos em planos futuros.

Alcides José de Carvalho Carneiro
Enviado por Alcides José de Carvalho Carneiro em 23/09/2024
Código do texto: T8158240
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