ARTIGO ( Meu querido avô Dionizio)

Hoje eu vou voltar um pouco no tempo e falar um pouco sobre um assunto do qual tenho muita saudade.

Vou falar um pouco sobre um dos meus avós. O velho e bom Dionísio!

Sim esta pessoa foi uma das mais importantes em minha vida, depois da minha mãe, é claro.

Ele enquanto eu ainda era criança, cuidava muito bem de não só de mim, mas também de meus outros primos, e olha que não éramos tão poucos!

Mas em especial o que, mais me lembro dele é exatamente quando eu era pequeno.

Tinha uns 4 anos de idade. Ele e outros homens estavam retirando um cupinzeiro para tratar das suas galinhas, e eram muitas as tais galinhas.

Ele já havia me falado umas 3 vezes que era pra eu sair de perto dali para que aquele cupim não caísse em cima de mim, mas como eu não lhe escutei, a quarta vez, ele me deu um pé do ouvidos, que eu saí catando cavacos e berrando!

Minha mãe que escutou minha gritaria, já saiu correndo no terreiro, (não era terreiro religioso).

E foi perguntando, compadre Dionísio, o que aconteceu com meu filho? E ele disse:

É este menino que não escuta, já falei umas cem vezes que não é pra ele ficar aqui, mas ele não escutou, eu dei um tapa na orelha dele! Minha querida mãezinha me disse, se ele não tivesse te batido, eu teria!

Legal, mas eu disse que meu avô era umas das pessoas mais queridas, mas agora estou dizendo que ele me bateu como pode alguém bater em alguém e este ainda achar que ele é a pessoa mais querida?

Bem, quando eu falo que ele era querido, é por que ele era querido, Pronto!

Mas ainda falando deste meu avô, era ele que quando em minha casa não tínhamos nada para comer, e isso quase sempre acontecia, ele era quem trazia comidas para nós, era ele que quando chegava da cidade, trazia balas para nós estragarmos os dentes, mas trazia, e nós adorávamos aquilo!

Tanto que quando ele chegava e nos dizia que não havia trazido nada da cidade, nós ficávamos tristes, mas ele não aguentava ver nossas carinhas de choros e logo nos dizia, eu só queria ver suas carinhas de choros mesmo, mas eu trouxe as coisas para vocês!

E colocando as mãos nos bolsos de um paletó cor preta, e velho, tirava dali várias doces e biscoitos que adorávamos!

E então depois de satisfeito, todos nós saíamos correndo.

Porém a coisa que eu mais me lembro dele, não era estas coisas que tantos nós gostávamos, mas sim o que aconteceu a ele já com uma boa idade.

Um dia ele saiu de Minas Gerais para arrumar moradas para nós no estado Paraná, e em sua viagem de volta ele foi colhido por um veículo na Rodovia Anchieta, no estado de São Paulo, e ali mesmo ele veio a falecer.

Agora imagina eu ver aquela pessoa que eu tanto amava chegar em um carro funerário entre 9 e 10 horas da noite em minha casa! Esta foi à cena mais agressiva que passei até então.

Mas de tudo o que posso dizer deste grande homem, é que ainda sinto muito falta dele até hoje.

Até por que eu só o conheci de avô, o outro faleceu antes que eu o conhecesse.

Mas aí já é um assunto para outra história.

Charlis
Enviado por Charlis em 01/09/2024
Reeditado em 02/09/2024
Código do texto: T8141501
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