Eu, minha rede e as galinhas. Se fui podre não lembro
Já passaram quase 100 dias do início do ano, e esse foi o tempo que precisei para definir minha nova atividade para 2025 e, quem sabe, para a posteridade.
Não é fácil decidir entrar em um ramo de atividade que você não conhece, mas a valorização desse produto me despertou um interesse que posso te assegurar que tem tudo para dar certo e, se tudo sair como planejei, em dois meses — no máximo — estou deixando de postar crônicas aqui e me tornando um promissor Avicultor de Postura. Para quem não sabe, essa atividade é voltada para a produção de ovos.
Gostou?... Entendeu que vou mudar de patamar?... hein?
Já tenho tudo esquematizado. Até 5W2H eu fiz e posso até te mostrar:
What? (O que?) Criação de galinha para produção de ovo;
Why? (Por quê?) Pra ficar rico.
Where? (Onde?) Granja da sogra.
When? (Quando?) Assim que a inflação baixar.
Who? (Quem?) Euzinho aqui. Quem mais poderia ser? O Elon?
How? (Como?) Compro as galinhas e uma rede. Elas põem e eu fico só no balanço.
How Much? (Quanto?) 970 mil reais. Meu deputado garantiu em dois pagamentos.
O local para a criação já está todo organizado e seguirá os padrões de Madagascar. Devido ao alerta do governo sobre a temperatura influenciando a produção das pepitas — digo, dos ovos —, todas as minhas meninas, como costumo chamar minhas galinhas, serão daqui do Nordeste mesmo, pois já estão acostumadas com o calor.
A procedência delas me levou a fazer algumas adaptações para tornar a estada o mais agradável possível. As músicas, porque toda galinha adora uma musicazinha, não serão as clássicas, mas predominantemente as do Safadão, por serem mais familiarizadas no pedaço. E a coreografia elas já sabem de cor.
Aproveitando o valioso alerta do presidente quanto ao calor, também já providenciamos a contratação de 16 eunucos para abaná-las 24 horas por dia e protegê-las das raposas.
Viu, Neymar? Aqui a gente protege as nossas estrelas.
Mas tudo não vai ser um mar de rosas — nem de penas. Pelo preço que está o produto das meninas, o risco de sequestro, roubo ou até os dois é muito grande. Por isso firmei um contrato com o Banco do Brasil para eles guardarem nos cofres essa valiosa mercadoria. Contudo, deixei claro em uma cláusula que eu não empresto dinheiro aqui fora nem eles vendem ovos nas agências.
Agora veja, meu amigo — e quem sabe, futuro investidor —, é muito trabalho e atenção em pormenores. Por isso, já penso em colocar os ovos na Bolsa e escutar Pablo Spyer gritando na B3:
“Ovos de Luciano superam Petrobras: ações valorizam mais que barril de petróleo e viram nova febre na Bolsa!”
Portanto, quem quiser participar desse negócio das Arábias, deixe um “eu quero” nos comentários e prepare-se para uma vida de luxo, renda passiva e muita gemada.