O par de Kichute

Ah que saudades eu tenho da minha juventude.!..

Mocinha mimada pelos pais, filha caçula, única menina, xodo do pai, crescida embora muito nova.

13 anos ainda largando as bonecas, morava no interior mineiro, cidade pequena, onde não tinha ladrao( nem pra roubar galinha), nem se trancava a casa pra dormir.

Era uma tranquileira de fazer gosto.

A menina moça (eu) era mais menina do que moça, de franjinha, cabelos na cintura e um rostinho bonito de dar gosto.

O tempo passou e a menina foi crescendo, coração doido para amar...Afinal, todo mundo tinha namorado e beijava na boca! Ue, eu também queria, cançada de treinar beijando laranja que ainda me deixava um gosto ácido de sumo da fruta. , Arah!!!

Havia um jardim com coreto, pintado de cores lindas e só tinha um defeito, cá pra nós, só nos dois vamos saber do segredo, tinha um cheiro de xixi dos meninos que não sabendo onde urinar , lá era mais facil. Imagina o cheiro, naquela cidade quente!

E um jardim muito arborizado e florido, ornados por bancos de cimento. E o interessante é que êle é prático: , os rapazes e as moças passeavam em sentidos contrarios para que num momento, davam um de cara para os outros e flertarem.

E dava para ver o rosto , o roupas e o sapato( que não fosse o bendito kichute)

Bem bolado esse encontro, em que se podia escolher o par certo.

E assim dei de cara com um rosto bonito de um moço elegante. Depois de muitas voltas, conversa que vai e vem , (ele me perguntou de repente) : ----"que linda a lua" e eu meia atordoada pela euforia do encontro : ---" sim essa rua é bem bonita!" E ele disse é a lua! Quantos anos vc tem?

15? Ê muito novinha....Disse decepcionado.

Assentamos enfim no banco que vagou , aff....

Aí, ele ajeitou a camisa, os cabelos e de repente, infelizmente ou felizmente, cruzou a bendita perna.

E eis que a calça esbarrou no sapato e surgiu no lugar do belo sapato que eu imaginava, um par de kichute bem gasto!

E logo o kichute que me traumatizara!!

Eu perdi o sentido das palavras,

Esqueci que ainda era cedo,

Engasguei mesmo com a boca seca,

Me levantei, dei uma desculpa esfarrapada

E sai quase correndo dali como uma tresloucada,

Sem deixar ele perceber que tudo se resumia num trauma : o KICHUTE!!!

E o medo da gozação q minhas colegas se vissem, me dariam depois.

E lá fui eu, esbaforida, desaparecendo no meio das pessoas que ali passavam......

lekamineira
Enviado por lekamineira em 06/04/2025
Código do texto: T8303311
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