Quem inventou essas frases?
Um dia, duas irmãs estavam sentadas em casa assistindo televisão, e uma delas perguntou:
- No que você está pensando, Belamy?
- Eu estou pensando, Kemily, nas frases estranhas que o mundo inventa. - respondeu a Belamy.
- Que frases?
- Tipo, tem aquela frase: "O seguro morreu de velho."
- Sim, eu já ouvi essa frase. Mas, por que você está pensando nisso?
- Porque essa frase não faz sentido: Se o seguro morreu de velho, para onde vai o seguro de vida dele?
- Bom, é. . . Isso é verdade. Para onde vai?
- Acho que vai para a esperança, Kemily.
- "Para a esperança?" Isso não faz sentido.
- Não tem sentido sim, pois as pessoas dizem: "A esperança é a última que morre!"
Ao ouvir isso, a Kemily falou para a Belamy com um olhar sério:
- Muito engraçadinha você, hein? Estou morrendo de rir. Há, há há! Por que você está pensando nessa besteira dessas?
- Não, é sério! Pois, se a esperança morre também, para onde vai o seguro de vida dela?
- É, eu concordo que a frase não foi tão bem feita assim.
- Viu só? E ainda fizeram uma outra frase que diz: "Enquanto há vida, há esperança!" Isso não faz sentido!
- Puxa, eu não tinha pensado nisso: "Quem inventou essas frases?"
- Acho que quem as inventou odiava gatos.
- Gatos? Por que você diz isso?
- Porque só existem frases que depreciam os gatos, como aquela: "Gato escaldado tem medo de água fria"; "Quem não tem cão, caça com gato"; "A curiosidade matou o gato" e "Quando o gato sai, os ratos fazem a festa."
- É verdade. Coitado do nosso gato, o Mingau.
- Pois é, viu como essas frases não tem lógica. Por exemplo, tem uma que diz: "A vingança é uma refeição servida fria", mas a pessoa vingativa nunca vai comer a sua vingança, porque "o apressado come cru."
- Isso você inventou agora, não é, Belamy?
- É claro que não! Só quero dizer que estou indignada, pois essas frases dizem mentiras.
- Como, por exemplo. . .
- Por exemplo, aquela frase: "Alegria de pobre dura pouco". Se essa frase estivesse certa, a frase que diz "Dinheiro não traz felicidade" estaria errada.
- Isso também é verdade. O dinheiro não compra um monte de coisas importantes.
- Agora você entendeu, né?
- Sim, eu entendi que "Filho de peixe, peixinho é". Você questiona tudo, igual a nossa mãe.
- Também não é tanto assim.
- Bom, de uma coisa podemos ter certeza: as pessoas que criaram todas essas frases não contavam com tantas perguntas como as suas!