O PULSO, AINDA PULSA
Nos meus vinte e poucos anos, contava os passos do lugar que estava até minha casa, pra me certificar se podia ir a pé, depois contava os passes que era preciso, para pagar uma dose de cachaça, um espetinho de churrasco e uma latinha de cerveja. Da mais barata. Beirando os 50, pagava às vezes até mais de 50 contos pra numa churrascaria, comer carne à vontade. Mas não ficava à vontade, porque baixava a preguiça e as churrascarias que cobravam esse preço, não ofereciam, uma espreguiçadeira, uma rede... e chegar em casa com a PANÇA estufada de carne, cachaça e cerveja, era uma tortura. Quando completei os 60, me dei de presente uma churrasqueira de alumínio fundido, para fazer meus churrascos em casa, sem a preocupação do percurso churrascaria, casa. Só que em seguida fiquei sem os dentes. Logo, sem poder comer meu almejado churrasco. Apenas tomando minha cachaça e minha cerveja. E quando finalmente consertei os dentes e a picanha está barata, o médico me proibiu de consumir álcool e comer carne! Mas O PULSO, AINDA PULSA. Graças a DEUS!
S. Paulo, 10/12/2024
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