Adágios Populares e Seus Significados

#Memorial Recantista# [47] Aécio Flávio#

 

Introito:

 

Às vezes, fazemos uso dos adágios populares sem, todavia, nos atermos aos seus reais significados. Por ouvir dizer, os repetimos aleatoriamente com o fito de ofender, ou até mesmo, elogiar a outrem! Há inúmeros adágios populares e resolvi – curioso que só – pesquisar os seus reais significados. Para tanto, fui buscar a devida ajuda ao meu ínclito e dileto amigo “The Good Doctor Google”. Sábio que só, explicou-me os reais significados de vários adágios que faço e fazemos uso constantemente. Vejamos um: Chato de galocha!

 

É uma expressão idiomática muito usada no Brasil para descrever uma pessoa inconveniente, irritante, e que se comporta de forma inapropriada em situações sociais. Chato de Galocha é um recurso terapêutico que ensina às crianças a analisarem as várias consequências de suas escolhas. Este material tem como objetivo a análise de consequências a partir de cenas do cotidiano infantil, abordando o autocontrole, o controle da impulsividade e a resolução de problemas. A partir de histórias com quatro finais diferentes, a criança pode pensar nas consequências que suas ações podem ter para si e para os outros. (Desta parte – do Chato de Galocha – eu gostei e agradeci ao The Good Doctor Google.)

 

Parte I:

 

Nesta minha narrativa, quero fazer uso do adágio Chato de galocha. Desejo narrar um acontecimento ocorrido, enquanto assistia ao filme – um dramalhão mexicano – diga-se! (Antes, porém, devo dizer: -Não há nada mais chato do que nos assentarmos para assistir ao filme, tendo atrás, ou ao nosso lado, alguém – o Chato de Galocha – tecendo os seus comentários: –“Agora, a fulana vai beijar o sicrano”. E quando a cena descrita acontece, o Chato de Galocha se exulta:    -Não falei”? – grita como se houvesse ganhado o Nobel da idiotice!)

 

Volvamos à narrativa: Era uma história de um personagem de nome Pedro, que passava por inúmeras dificuldades financeiras. A família estava faminta. Pedro perdera seu emprego, tornando-se inadimplente com os boletos atrasados que se avolumavam. E como ‘miséria pouca é bobagem’, a filha caçula estava com uma doença em fase terminal. Todo o universo conspirava contra o coitado Pedro. Decidido, ele encontra no suicídio a solução – errada, diga-se – para os seus problemas.

 

Do filme descrevo a cena: o personagem Pedro abre a porta do banheiro e adentra-o, trancando-a. Em seguida, abre o armário, pega um frasco com um rótulo mostrando uma caveira, indicando ser o mortífero veneno que poria fim à sua desgraçada vida. Seguindo o ritual, ele pega um copo e nele coloca todo o veneno misturando-o numa porção d’água. Fazendo uso de uma pequena colher, ele começa a mexer e remexer a fatídica beberagem, mantendo o olhar tenso e triste no espelho que refletia a face de tristezas e desgraças que o corroíam. Uma lágrima lhe molha o rosto tenso, outras incontidas a seguem como se fossem um Dilúvio Bíblico!!

Do lado de fora, a mulher – pressentindo que algo de errado estava por acontecer – começa a bater na porta insistentemente clamando pelo marido:

-Pedro! Pedro, ábreme la puerta! – dissera entre os incontidos prantos!

 

Sem obter a resposta, agora – e com mais força – bate desesperada enquanto, aos gritos, repetia o pedido: -Pedro (Chuif), ábreme – por el amor de Dios – la puerta! – pedia entre as incontidas lágrimas e pancadas na porta!

 

A plateia da qual fazia parte, estava nervosa e tensa por temer o pior. Via-se nas mocinhas da plateia, com as mãos sendo mordiscadas, a se apertarem umas às outras na busca de um aconchego. Alguns rapazes – prisioneiros dos preconceituosos armários de antanho – as imitavam enquanto davam gritinhos e ulos por sentirem aquele medinho de que o pior viesse acontecer. Nas nossas mentes uma pergunta: -Será que o Pedro irá completar o suicídio? Será que a esposa conseguirá invadir o banheiro em tempo de salvá-lo? Os ‘serás’ eram a tônica inconteste!

 

Enquanto remoíamos em elucubrações, a aflita esposa esmurrava a porta em implorativos lamentos: -Pedro – por el amor de Dios, hombre – ábreme la puerta – (Chuif) ábreme lá puerta (Soluços!) ááábremeee! – repetia o nervoso pedido!

 

Eis que neste momento, entra em cena o chato de galocha. Ele, todavia, era e se mostrou criativo, gritando alto e em bom som, ao ouvir o lamento da aflita esposa pedindo: -Pedro!... Ábreme (Chuf!) lá puerta, ááábreme! – desesperada ela grita!

 

-No puedo mujer! Estoy cagando! – brada alto e em bom som o gaiatíssimo Chato de Galocha, enquanto se revelava ser um ótimo stand-up!

 

Epílogo:

 

A tensão que dominava a plateia deixou de existir. Os risos – no momento – se tornaram a tônica. Acenderam-se as luzes. Ascenderam-se às alturas os incontidos aplauso e risos da, até então, tensa e nervosa plateia. Vale dizer: -A sessão tivera que ser encerrada sem que soubéssemos que fim levou o coitado Pedro do dramalhão mexicano!

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Imagens: Google

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Altamiro Fernandes da Cruz
Enviado por Altamiro Fernandes da Cruz em 19/11/2024
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