A Invasão dos Memes: Como os Memes Estão Mudando Nossa Forma de Compreender o Mundo

 

Se há algo que a humanidade criou para sobreviver aos tempos difíceis – e aos nem tão difíceis assim – foi o meme. A gente até tenta, mas explicar o que é um meme para alguém que não entende é mais difícil do que fazer o próprio meme viralizar. Eles são uma espécie de idioma universal, uma mistura de gíria, piada interna e filosofia de vida. E o mais incrível é que se tornaram tão comuns que, hoje em dia, é quase impossível explicar qualquer situação sem recorrer a um meme.

 

Imagina a cena: você chega no trabalho atrasado e, ao invés de explicar por que se enrolou na cama, manda um GIF do Garfield tentando sair debaixo dos cobertores. Pronto, todo mundo entende. Um meme fala por mil palavras! O chefe que se vire para decifrar a profundidade filosófica do Garfield matinal.

 

A verdade é que os memes se infiltraram nas nossas vidas de tal forma que, às vezes, parece que estamos vivendo dentro de um grande compilado do “Bode Gaiato”. Você está tendo um dia ruim? Lá vem o meme do cachorrinho dizendo “Tá tudo bem, não tá, mas tá”. Você está feliz? Manda um “Hoje não, Faro!” para todo mundo. É como se houvesse um meme para cada estado de espírito, desde a empolgação de sexta-feira até o desespero de segunda.

 

E a coisa ficou tão séria que os memes deixaram de ser só piadinhas na internet para se tornarem verdadeiros argumentos de conversa. Tem gente explicando conjuntura política, crise econômica e até tese de mestrado com base no meme da Nazaré confusa. Afinal, nada mais eficiente do que o rostinho dela para explicar um cálculo complexo ou uma situação em que ninguém entende nada. E o mais louco é que funciona! Um olhar de Nazaré é capaz de resumir o caos em qualquer contexto.

 

Outro exemplo é o meme do “Isso é muito Black Mirror!”. Basta algo ligeiramente esquisito acontecer, como descobrir que o Google sabe que você andou pensando em comprar um tênis novo (mesmo que você só tenha pensado e não falado), e alguém solta: “Isso é muito Black Mirror”. E pronto, todos entendem que a tecnologia avançou um pouquinho demais, e a gente já não sabe mais o que é real e o que é anúncio direcionado.

 

Sem falar dos memes de desespero, como o famoso “This is fine”, aquele cachorrinho sentado numa mesa cercada por fogo, dizendo que está tudo bem enquanto o caos se instala ao redor. Se tem uma representação perfeita para a vida adulta, é essa! Você está ali, tentando pagar boletos, manter a sanidade e, de repente, tudo começa a pegar fogo. Mas, ao invés de surtar, você apenas olha para o lado e pensa: “This is fine”. É quase um mantra de sobrevivência, mais eficiente que qualquer terapia.

 

E os memes não param por aí. Eles se adaptam, evoluem e, às vezes, ressuscitam. O meme do “Manda Áudio” é um exemplo clássico: quantas vezes você quis escrever um textão e, no final, só mandou um “Vamos resolver isso com uma mensagem de voz”? E agora a moda é o “gato de botinhas”. Não sei quem inventou, mas aparentemente qualquer discussão pode ser encerrada com a imagem de um gato usando sapatos minúsculos. E não vamos esquecer do “eita atrás de eita”, porque é exatamente assim que a gente se sente lendo as notícias ultimamente.

 

Os memes também têm o poder de unir gerações. Não importa se você tem 15 ou 50 anos, quando alguém compartilha o meme do Pingu dizendo “noot noot”, todos entendem que é a hora de sair de fininho daquela conversa estranha. O mesmo vale para o meme da Gretchen. Se ela, com todos os seus memes, não é um patrimônio cultural da internet, eu não sei mais o que é.

 

No fim das contas, os memes se tornaram a forma mais eficiente de comunicação do nosso tempo. Eles traduzem a vida moderna de uma maneira que nenhum livro de autoajuda ou manual de sobrevivência poderia. E, se alguém te perguntar como você está se sentindo hoje, nada melhor do que responder com um meme. Quem sabe um “Leva nas coxas” ou um “Eu sou brasileiro e não desisto nunca”. Porque, no final, seja qual for a situação, sempre haverá um meme perfeito para ilustrar.

 

Então, se você ainda não tem aquele banco de memes para cada situação, está perdendo a chance de se expressar como um verdadeiro cidadão do século XXI. E quando alguém disser que você não está sendo sério, lembre-se: quem ri com memes nunca está sozinho!

Graciliano Tolentino
Enviado por Graciliano Tolentino em 28/09/2024
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