Influenciadores de Plantão: Quando Até o Gato Tem Mais Seguidores Que Você
Vivemos tempos estranhos. Antigamente, ser famoso significava aparecer na televisão, ter fãs gritando seu nome e paparazzi te seguindo por aí. Hoje em dia, ser famoso significa ter um perfil no Instagram que nem você consegue acompanhar. E o mais curioso é que, muitas vezes, quem está bombando na internet nem é gente. É gato, cachorro, suculenta, torradeira... Isso mesmo, até objetos inanimados estão na corrida pelos likes!
Eu, como bom curioso digital, resolvi dar uma olhada nessa febre. Foi quando descobri que o gato da minha vizinha, o Fred, tem mais seguidores que eu. Sim, o Fred! Um gato que passa o dia todo dormindo no sofá e ocasionalmente derruba alguma coisa só para justificar o título de “terror da casa”. E o que ele faz de tão especial? Nada. Absolutamente nada. E ainda assim, ele tem 10 mil seguidores no Instagram.
Fred tem posts diários: “Fred refletindo sobre a vida”, com uma foto dele olhando pela janela (na verdade, estava de olho no passarinho, mas ninguém precisa saber). “Fred meditando”, com uma foto dele dormindo com as patas cruzadas. A melhor de todas é “Fred na academia”, onde ele está deitado em cima do meu tapete de yoga enquanto eu tento desesperadamente fazer um exercício sem pisar no gato. O Fred se tornou um verdadeiro digital influencer, e eu virei o coadjuvante da história.
Mas não para por aí. O problema se espalhou e, de repente, tudo começou a ganhar vida nas redes sociais. A planta da minha amiga agora tem um perfil: @suculenta_vibrante. Ela posta dicas de cuidados, mostra como crescer saudável e dá “conselhos motivacionais”. O auge foi quando a suculenta “publicou” um stories com a frase: “Não desista, você também pode florescer!”. E, acredite se quiser, a suculenta tem mais engajamento que muitos de nós.
Aí você pensa: “Ok, mas isso é coisa de quem ama animais e plantas”. Então você descobre o perfil do aspirador de pó robô da sua prima. Isso mesmo, um perfil chamado @roboto_limpo, onde ele posta “aventuras” pela casa, contornando obstáculos e “comendo” migalhas. E o robô faz sucesso! Ganhou até patrocínio de uma marca de produtos de limpeza. Enquanto isso, eu fico aqui com meus 200 seguidores, a maioria formada por amigos, parentes e aquela tia distante que comenta em todas as fotos: “Que lindo!”.
O mais incrível é a forma como as pessoas interagem com esses perfis. Comentam, curtem, mandam mensagens privadas para a suculenta como se ela fosse responder: “Adorei a dica de rega, qual adubo você usa?”. Ou então, deixam recados para o gato Fred: “Fred, você é um ícone! Como você consegue manter esse look de desleixo elegante?”. E eu me pergunto: o que aconteceu com a humanidade?
A verdade é que estamos todos atrás de algum tipo de validação. Se o Fred, a suculenta e o robô conseguem, por que não eu, certo? Mas aí vem o dilema: criar ou não um perfil para a minha cafeteira? Porque, veja bem, ela tem uma história de superação: já sobreviveu a três quedas e continua firme, preparando meu café diário com um toque de resiliência. Dá até para imaginar o perfil: @cafe_com_historias, com frases como “Hoje a vida te serve café forte ou fraco? Depende do quanto você agita!”. Já vejo minha cafeteira ganhando brindes de marcas de café, dando entrevistas e até lançando um livro de autoajuda: “Como não entrar em ebulição sob pressão”.
E é isso, amigos. Estamos vivendo a era em que até o objeto mais inanimado pode ter um perfil mais bombado que o seu. A disputa por seguidores agora não se limita a humanos, e quem diria que estaríamos aqui, tentando competir com o aspirador de pó pela atenção da internet?
Então, da próxima vez que você vir o perfil do Fred, da suculenta ou do robô, não se sinta mal. Afinal, quem sabe a sua caneca favorita não é o próximo grande digital influencer? É só questão de criar um perfil, pensar em um bom slogan e deixar os likes rolarem. Vai que é sua, Caneca!