Crise Global
A crise chegou de uma tal maneira no nosso país, verde e amarelo, verde de frio e amarelo de fome, que nada mais me assusta.
Estava caminhando numa rua de pouco movimento na grande e bela Rio de Janeiro, hoje grande, mas não tão bela, quando vejo mais adiante numa rótula dois monstros sagrados da televisão. Raul Cortez está a uns 20m de distância de Tony Ramos.
Ambos estão trajando roupas tão simples que preciso forçar a vista e me beliscar para confirmar de que não estou enxergando bem e não estou sonhando.
Tony berra a Raul:
- Cumé, não vais me pagar?
Raul responde:
- Não tenho dinheiro hoje, Tony.
- Seu filho da ..., pede um vale.
- Já pedi há alguns dias e eles não podem me dar outro, senão zera o meu pagamento.
Tony começa a perder a estribeira e a compostura. Pega um sapato e arremessa em direção a Raul que se esquiva. Aí então começa a baixaria.
Logo em seguida aparecem Maitê Proença e Joana Fomm.
Ambas também estão trajando roupas tão simples que Maitê está mais para professora primária do que sua personagem em uma novela. Saem também na briga pelo mesmo motivo, falta de dinheiro.
Só que entre as mulheres saem puxões de cabelos e muito mais palavrões. É prosti..., filha duma égua, galinha e outros adjetivos impublicáveis. Uma chegou a propor a outra para fazer programa e a resposta foi a seguinte:
- Se eu fizesse isso pelo menos cobraria caro, não seria como tu que cobras uma ninharia e ainda vai com qualquer um.
Eis que vem chegando uma turma que tinha ido a uma festa promovida pela Globo para comemorar mais um lançamento de novela. Todos bem trajados, de terno, vestido longo, cabelos bem produzidos, etecetera e tal. Entraram na dança, quer dizer na briga: Vera Fischer, Lima, Débora, Regina Duarte, Débora Bloch, Edney Giovenazzi, Emiliano Queiroz, Ofélia (personagem), Nívea Maria, Luciano Huck, Carlos Alberto Riccelli, Bruna Lombardi, Paulo Gorgulho, Camila Pitanga e Simony.
Estes foram os que eu consegui identificar, ou melhor, conhecer.
Pelo lado de fora da confusão Nair Belo caia na gargalhada e comentava com Gloria e Tarcísio, alinhadíssimos e elegantíssimos:
- Quero ver a cara desse pessoal amanhã quando tiver que devolver a roupa para a Globo.
Denys Carvalho que a tudo assistia, bolava algum quadro para dirigir no Sai de Baixo.
- É, minha gente, acordei com o braço roxo de um beliscão que eu havia me dado.
Aroldo Arão de Medeiros
12/05/2006