VIDA DE SUDITO

Um homem maneja as rédeas de sua velha carroça. Seguia pela via de terra longínqua. Na carroceria, o filho pequeno a apreciar o horizonte verde e azul que ficava para trás ao longe...

Com o tempo o menino ganhou estatura e passou a sentar-se na lado do pai, no assento da frente. Tinha olhar curioso que acompanhava os gestos firmes do condutor. Percebia os solavancos do caminho, o desvio das pedras traiçoeiras, as pausas necessárias para o descanso dos animais. Via as ferraduras gastas serem substituídas, sentia o cheiro do couro ressecado das rédeas.

Um tanto mais crescido ele demonstra interesse em aprender as manobras.. segura uma das rédeas para sentir e ensaiar o aprendizado.

Ofício aprendido, a confiança brotou como flor campestre. Agora, as duas rédeas estavam em suas mãos, guiando a carroça sob o olhar atento e as orientações e os conselhos e do pai.

O ciclo da vida, como as estações, demandava uma nova partida. Chegara a hora do homem, outrora condutor, apear da carroça. Aquele garoto agora é rapaz. Um homem feito, pronto para assumir o seu lugar e partir.

o pai, aqui se estabelecerá. Ficará a contemplar os derradeiros dias de vida em plenitude.

Em breve, a poeira da estrada voltará a levantar com a chegada da carroça, trazendo consigo o jovem condutor e, na carroceria, um novo olhar infantil a contemplar a beleza da jornada.