Reflexão Pascal na Visão Poética
A Páscoa é bonita e enganosa como são as estrelas no céu. As estrelas são bonitas e enchem nossos olhos de prazer e alegria. Dá vontade de nunca mais o sol aparecer para não as perdermos de vista. Elas são cheias de mistério e nos levam para junto do Criador. Mas também nos enganam, pois suas luzes nem sempre estão no lugar em que nós as vemos. Assim é a Páscoa: bonita quando vista de longe. Quando nos aproximamos compreendemos o peso Daquele que se sacrificou por todos os Seus amigos, aí que vem aquela angústia de sentir o peso da Cruz, saber que todo ego e disputa não é nada se não conhecer Jesus na sua intimidade. Não conheço o mundo em que vivo, tampouco tenho fragmentos do que seriam as moradas do pai, no entanto, percebo que não sou daqui, e muito pouco posso falar sobre Jesus sem sentir um desespero de não ter tido a experiência de seguir verdadeiramente ele quando tive oportunidade. Conheço nosso mundo e a ele pertenço com muito orgulho, mas parece que a poesia nos convença de que faço poema apenas para o bem estar dos outros para fugir de um mal estar maior, o de acreditar numa imortalidade sem ter a certeza dela. Este nosso jeito de ser poeta, médium e filósofo é muito bonito, rico, mas sem a graça da honra ancestral é como uma nau sem rumo na beira do triângulo das Bermudas. Nossos cânticos, sonetos, louvores, e homenagens parecem um passa tempo perigoso quando não se tem Deus no centro. Os insights, ideias solapantes, mostram que os espíritos estão contentes conosco, e temos vivido da mesma maneira há milhares de anos a constatar que nada é por acaso, que estamos nos ombros de gigantes ancestrais. Sempre vivemos imprudentes, rodando no ego e no fatalismo assim porque nada nos motivou a mudar mantendo ciclos de nascimento e morte com moratórias gradativas e incessantes que mais parecem um pedido daquele filho para ficar mais um pouquinho acordado. Tenho pensado um pouco se não está na hora de mudar.— Mudar para onde? — Grita meu Mentor espiritual, vai dormir e para de bobagem— Porque estamos ligados a tudo, amanhã é Páscoa mas sempre será Páscoa toda vez que você acordar. Nossa tradição não é apenas uma lembrança fugaz da vida, ela é memória viva de um ser que foi talhado para ser poeta e servir com letras ou oralidade. O simples ato de fazer um poema nos remete à criação do mundo, o bom orador só conhece o que fala depois que a luz da palavra já saiu através de sua boca. Tenho a impressão de que a grande luz que Cristo deixou foi a importância do agora, da presença, do Espírito de aprendiz, a emoção, a alegria, os medos, a insegurança, as incertezas, tudo está passando pela minha cabeça como se eu estivesse sonhando acordado enquanto escrevo com Ele no foco, pois com ele tudo não passa de meras circunstâncias. Estou iniciando uma jornada que não tem mais volta. O que levo comigo? A lembrança, a alegria, a liberdade, as conversas, a saudade. Esteja onde estiver, saberei ser grato, ser alegre e ser Cristão! Feliz Páscoa querido leitor (Luz Crística Ilumine e Eleve Tua Consciência Fraterna e Amorosa, Hoje e Sempre, Que Assim Seja).
Decimar da Silveira Biagini
20 de abril de 2025