Simples assim
“A felicidade tem tudo o que ela quer...” Rapaix, os estoicos sabiam mesmo como impactar! Desde que a li, essa frase ficou ecoando na minha cabeça. Que extraordinário deve ser toda essa satisfação e autossuficiência!
Imaginem: ter tudo o que se quer; não remoer o ontem nem antecipar o amanhã; não se preocupar nem se comparar. Alguém dirá: “mas não tem ambição, estará por acaso acomodada?” Talvez a felicidade não precise de muito, ou reconheça bem suas prioridades.
Neste cenário a felicidade não cobiça nem inveja. Ela não tem necessidade de mais. Não condiciona o seu “ser” a nenhuma circunstância, pessoa ou objeto, muito menos ao futuro. A felicidade é grata pelo que possui, e sabe direitinho do que precisa. Ela também quer tudo o que tem.
“A felicidade tem tudo o que ela quer e, como os bem alimentados, não deveria ter fome ou sede.” A frase (agora completa) é de Epicteto, um dos principais representantes do Estoicismo, escola filosófica nascida na Grécia Antiga. Pois é, desde tempos imemoriais se busca uma explicação para essa tal, obviamente numa tentativa de conquistá-la.
O colega do Epicteto, o também estoico Marco Aurelio, disse que a felicidade do homem depende de si mesmo. Na mesma linha, Hermann Hesse teorizou que a felicidade é um como, não um quê. Bertolt Brecht ironizou que “todos correm atrás da felicidade sem perceber que a felicidade está nos seus calcanhares.” Já Tchékhov acha que ela é uma recompensa para quem não a procura. Para Robert Green Ingersoll, não é uma recompensa, mas sim uma consequência.
Problematizações à parte, euzona aqui, filósofa de botequim, decreto que felicidade não se define. Também não se compra, não se persegue, não se conquista. Simplesmente se decide ter (ou ser). Agora ou nunca.