Conservadores, fundamentalistas, extrema direita e assemelhados
Conservadores, fundamentalistas, extrema direita e assemelhados
Essa onda de polarização não surge à toa. Ela é minuciosamente planejada.
Primeiro que se houvesse consciência de classe e engajamento popular, pelos seus direitos, haveria uma obrigação estatal e institucional de satisfação desses direitos.
Por isso que a direita é contra os direitos, e a favor dos deveres. Ela é infiltrada de forma paga para propagar fake news, teorias conspiratórias sobre democratas, bem como defender legendas conservadoras, uma verdadeira viagem no tempo, ao passado.
Partidos de ideais fascistas cada vez mais surgem, bem como defesas absurdas, contra direitos humanos, contra resolução pacífica e mesmo diálogo.
O fundamentalista não gosta do diálogo, somente sua religião é a verdadeira, sua opinião, sua filosofia antiga, família, gênero etc. Não existe diversidade. Existe apenas um povo escolhido,um povo de Deus, e o resto é herege, pecador, perdido, do mundo etc.
E é uma pena que em meio Católico, já mais ecumênico e consciente de diversidade, surja fundamentalistas, estes contra Vaticano II, contra João XXIII, contra o Papa Francisco, quando ele se torna humanista e respeita a diversidade e o direito humano.
Lá nos EUA isso coroou a opinião popular. A crise econômica, os tempos difíceis, diferentes do passado, onde havia um tesouro de bens e possibilidades, mesmo após a crise de 2006 imobiliária, e outras, o povo escolheu retirar o bode expiatório, que é a diversidade, os imigrantes e outros. E há europeu que sonha em ir para lá, quando aqui há uma tradição bem mais rica, e países com IDH melhor. A expectativa de vida dos EUA é inferior a de Cuba, não que esse último país seja aconselhável.
Por lá existe ainda um fundamentalismo protestante, que nem protestante é, uma vez algo mais recente, e assim defende absurdos de dispensação histórica, escatologia fantasiosa, uma série de heresias que saem aqui da Europa e vão para a Nova Inglaterra, hoje os EUA, ou lugares como a Nova Amsterdã, hoje Nova York, que abraçaram esse puritanismo fanático, hoje indo para o Brasil esses absurdos, e por lá havendo quem defenda esse fundamentalismo puritano, de início falso.
As marcas dos fundamentalistas são:
• Não haver diálogo
• Intolerância com o diferente
• Conspiracionismo
• Nova ordem mundial
• Eu sou o salvo, o outro é herege e inimigo
• Ser contra a ciência
• Ser antivacina
• Negação de teoria da evolução de Darwin
• Não aceitação da modernidade
E tantos outros pontos. Essa teologia fanática é uma oposição a teologia aqui da Europa, onde a postura racional toma muita importância, em especial a filosofia. Até escrevi um trabalho sobre filosofia cristã. Os fundamentalistas interpretam a Bíblia de forma literal, procurando justificar atos e preconceitos em versículos tirados de contexto. Claro que eles escolhem os versículos, por exemplo, condenando lgbtqiapn+, e não mostram que há pena de morte para adultério, muitos desses crentes adúlteros. A HIPOCRISIA É SEM FIM.
Desses grupos que falam algo com a politicagem, a maioria é seita, de modo que não tem qualquer origem histórica com o cristianismo, como luteranos, anglicanos e católicos. Esses grupos americanos, geralmente seitas neopentecostais, de milagreirismo e curandeirismo, são shows de marketing e de investimento, verdadeiras empresas, muito lucrativas pelas isenções fiscais dos países.
Tem até aquele ator melado, que se diz Católico, mas era da cientologia, e ainda acho que bebia, e hoje nega o catolicismo pós Vaticano II, o que é uma confusão sem fim, e que participa daquele filme fundamentalista, o tal Paixão de Cristo, tão admirado pelos crentes fundamentalistas, quando o tal de Chosen, outra produção cheia de clichês.
O catolicismo, os luteranos, e mais os anglicanos, são os verdadeiros cristãos nisso tudo, pois abraçam os samaritanos de hoje, amam os inimigos, levam o amor de Cristo até os que precisam, sejam eles wokes, negros, socialistas, comunistas, anarquistas, feministas, divorciados ou o que quer que sejam. Já os grupos “conservadores” querem voltar a um tempo e negar a modernidade, abraçar fantasias, resgatar o machismo e papéis ultrapassados de marido, esposa, família, relacionamento etc, defendendo o tradicional, quando não vivem isso. Tudo é um jogo político. Um papel ecumênico, democrático, humanista e que respeite a diversidade é de um verdadeiro cristão, não o ódio e a segregação, que já identificariam fariseus.
A extrema direita tem medo de um socialismo cristão, algo que a comunidade de Cristo, e mesmo a judaica, através de kibutz, ensinaram na prática, seja através de comunhão de monges, bem como de comunidades que viviam nessa igualdade, o que fez tremer os poderosos, que não querem perder privilégios e manter a alienação, principalmente para manter o sub emprego, salários baixos e pessoas que com essa escravidão, trabalhem sem conhecer ideologias de esquerda, que os libertariam dessas amarras. Já o povo de direita quer que todos sejam empresários e empreendedores, o que alimenta o mesmo sistema de exploração, e que nada resolve, uma vez que poucos têm esse perfil. Uma postura social-democrata é a mais indicada, levando a doutrina social da Igreja, até um dia chegar a socialismo cristão. Fora disso, não há solução, e as pessoas humildes em extremos políticos pouco ganham com isso, sendo peões no jogo de xadrez internacional e virtual.