AS PEDRAS DO CAMINHO

Quando tropecei nas pedras que cruzavam meus caminhos, ninguém amparou minha queda, mas, também, eu vivia no encanto da ilusão, até que um dia o vento da discórdia soprou-me implacavelmente para a ladeira do tudo ou nada. Muitos desviaram, atravessaram a rua para não passar por mim, evitaram-me como se fosse um cão sarnento.

Quando a conta fechou, muitas portas, outrora escancaradas, se fecharam, a realidade bateu na cara, uma nova realidade, então, olhei ao meu redor, vi paisagem sombria, somente vultos, parei e olhei pra trás, ninguém! Mas haviam tantos...

Perdido na bruma da incerteza, fiz parada na esquina do nada, sentei no degrau da consciência e chorei! Sim, chorei minha raiz, chorei o que não fiz, e assim solitário nesse vazio, uma luz intensa iluminou-me, e desse clarão uma voz troou

“Levanta! Não és Lázaro, mas levanta, tua caminhada não foi em vão, era necessário burilar tua alma empoeirada, e apascentar teu espírito indômito. Cada pedra que encontrastes no caminho era um aviso, porém havia cegueira em tua visão, e teus ouvidos mouco, entretanto, o que um filho tem que passar, passará. Ainda que em teu redor não houvesse um amigo, nunca estivestes sozinho.

Agora vai, longa é a estrada, e um novo dia já vai raiar.

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Contudo, as pedras no caminho

são nossos teoremas

Onde o “x” da questão em desalinho

é a liberdade sem algemas

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(fragmento da poesia autoral “Pedras no Caminho”)

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AUTOR ANDRADE JORGE, MEMBRO EFETIVO DA ACADEMIA NACIONAL DE LETRAS DO PORTAL DO POETA BRASILEIRO E ACADEMIA SALTENSE DE LETRAS

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11/01/2024

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