Vida Minimalista
Em vez de ir aos shoppings, frequentar badaladas festas noturnas, prefiro um sábado inteiro de chuva na segurança do lar. Nada se compara a rolar na cama larga com o amor da minha vida, aproveitando o tempo com quem realmente importa. Um domingo que começa no café da manhã, atravessa o almoço e se estende até a noite, é um verdadeiro presente.
Depois de um estafante dia de trabalho, fechar a porta de casa para a correria e o barulho do mundo lá fora é um alívio. Ter alguém para amar após conviver com estranhos durante o dia é reconfortante. Ouvir a discografia dos Paralamas do Sucesso enquanto colegas fofocam no trabalho é um prazer simples, mas valioso. E zelar pela organização do lar traz uma sensação de paz e ordem. Cuidar da saúde dos nossos pais é um alicerce fundamental para uma boa vida.
Sempre que possível, uma viagem rumo à praia para recarregar as baterias da vida. Adquirir roupas e alimentos na medida do necessário, sem comprar compulsivamente e sem acumular dívidas, é uma prática que traz tranquilidade financeira. Chegar do trabalho e comer algo preparado em casa, como um estrogonofe ou uma lasanha, algo fresco e saboroso, é um prazer que se sobrepõe a qualquer fast food. Assistir ao jogo do Botafogo e comemorar vitórias em finais de campeonato à noite é extasiante.
Em tempos de excessos, a prática de ter menos é essencial para uma vida plena e tranquila. Cada objeto, cada experiência, é submetido ao crivo do significado: o que isso traz de valor para minha vida? Assim, afasto de pessoas desnecessárias, evito compras impulsivas e experiências vazias, e não alimento sonhos inalcançáveis.
Após ter ficado doente e de passar alguns dias em casa de atestado médico, percebi a importância de um tempo para nós mesmos, na solitude, sem pressa, longe da correria dos afazeres diários e dos excessos de responsabilidades do trabalho. Vi como é essencial ter um tempo de qualidade, um momento para pensar, para estar com os familiares, no refúgio do nosso lar. É nesse espaço que praticamos ações e valores que nos enaltecem, que nos qualificam como pessoas em paz, e não como máquinas, títeres das obrigações do trabalho em função de receber o salário.
É sobre encontrar a paz na simplicidade, naquilo que realmente importa. É um convite a viver com menos pressa, com mais presença, a cultivar relações genuínas. Priorizar o que realmente importa é um exercício diário. Procuro desapegar dos produtos adquiridos apenas pelo modismo, simplifico minha rotina organizando hábitos em torno do que é verdadeiramente relevante. Cuido da minha limitada conta bancária com a atenção que ela merece, focando no necessário, como a alimentação.
São nas experiências simples que encontro a alegria: um dia com a mulher amada, uma viagem nas férias, assistir ao jogo do Botafogo com o pai, um café da manhã ao lado da mãe querida. Momentos que tento aproveitar ao máximo, pois a simplicidade do cotidiano pode nunca se repetir. Daí a urgência de valorizar esses tesouros intensamente.
As mais sublimes riquezas da vida estão nas genuínas experiências e nas relações estabelecidas com quem amamos. A alegria nas pequenas coisas do cotidiano é um convite para a felicidade e a paz. Nada material, nem o movimento do dinheiro, substitui as pessoas que amamos e o desenvolvimento das nossas capacidades. Ao simplificar nossas vidas, encontramos espaço para o que realmente importa: amor, tranquilidade e felicidade. É na simplicidade que descobrimos a profundidade da vida e a beleza das pequenas coisas.
02.12.2024