A finitude da vida
Eu caminho todos os dias em direção ao meu trabalho, às 7 horas da manhã, e vejo muito verde. Mas, também vejo amarelos e cinza, esta cor detestável.
Mas não é o cinza que me faz lembrar de coisas ruins e negativas. O verde, tão pomposo e diverso me faz refletir sobre a finitude da vida. Do verde que não haverá mais, um dia, dia incerto.
Mesmo vivendo de amor e para amar, não temos o prazer e a tranquilidade da perenidade. Fosse tão somente o terrível destino que temos, todos, cabe-nos ainda lutar para comer e sarar feridas doloridas.
Nunca haverá um dia pleno e um gozo interminável, nunca seremos jovens, mais, com o passar do tempo. Esta é a crueza da vida.
E quanto mais profunda é a reflexão, mais nos abismamos sem caminhos à vista. Mais frágeis ficamos.
Tornar a rotina mais simples pode ser uma solução. Sofrer e viver um dia de cada vez, parece-me aceitarmos a morte na noite do sono.
Resta-nos, porém a ilógica do amor. Um sonho, apenas.