O Mito de Perseu, O filme Fúria de Titãs e minha vida / The Myth of Perseus, the film Clash of the Titans and my life
In Portuguese and English. O Mito de Perseu, O filme Fúria de Titãs e minha vida
Por Victor Pinheiro, Escritor do Céu de João Pessoa no Brasil do Século 21.
Texto tirado do meu livro Fogo Interior.
Em maio do ano de 2010, no mês do meu aniversário de 26 anos, eu vi o filme Fúria de Titãs. Foi o último filme que eu vi antes de ter uma recaída da minha doença: esquizofrenia. Em meados de março do mesmo ano eu tinha parado de escutar vozes e ter pensamentos alterados, reflexões alteradas. Mas o meu arqui-inimigo, que vou chamá-lo aqui de Coringa, voltou a armar pra mim com força nas ruas, ele e sua turma. Então, eu tive que parar de lutar nas ruas. A minha luta e terapia era vender cartão de visita de porta em porta, de loja em loja. Lembro-me que na véspera do meu aniversário, no dia 1 de maio, dia do trabalho, entreguei um presente a minha melhor amiga e única na atualidade, tirando os colegas, que por coincidência ela faz aniversário no mesmo dia do meu aniversário. Então, de maio a junho, fiquei em casa... como posso dizer, em quarentena. As vozes e os pensamentos alterados e as reflexões doentias voltaram, mas também voltaram às reflexões saudáveis. Não sei se você sabe leitor, mas os esquizofrênicos, em geral, são muito inteligentes. As armações agora vieram até meu lar e vizinhança, não da mesma maneira nas ruas, é lógico, mas de modo diferente. Durante esses dois meses, descobri que aquela minha única amiga, também era minha única família. O interessante dessa confusão toda é que minha vizinhança descobriu dentro de mim, através das minhas reflexões saudáveis, que existia um Perseu dentro de mim. Aquele mesmo herói da mitologia grega. Mas minha vizinhança continuou contra mim por que causa dos meus pensamentos doentios.
No filme Fúria de Titãs (o de 2010 e não o filme da década de 80) que foi baseado no mito de Perseu, Perseu descobre que é um herói, um semi-deus no caso, metade mortal, metade divino, ele descobre que tem essa natureza depois que sua família morre e Hades, o Deus do submundo, com a permissão de Zeus, o Deus dos Deuses, dar um prazo de 10 dias até acontecer o eclipse para uma cidade que se voltou contra os Deuses escolher em sacrificar Andrômeda, a princesa da cidade, ou a destruição total da cidade. Perseu é filho de Zeus, e Hades tem um plano secreto pra destronar Zeus. Hades, na verdade, faz um falso acordo, pois a intenção dele é destruir a cidade independente do sacrifício de Andrômeda. Então, Perseu e uma pequena turma vão as bruxas saber como pode destruir o Kraken, um monstro da mitologia nórdica que foi usado no filme. É esse monstro que vai destruir a cidade. As bruxas dizem que tem que ir ao submundo e cortar a cabeça da Medusa e mostrar ao Kraken. A medusa é um monstro que, quem olha diretamente nos olhos dela se petrifica, e seus cabelos representam os desejos e instintos. Seus cabelos são várias serpentes, que simboliza o conhecimento não direcionado. Uma única serpente saindo da cabeça do Faraó do Egito simboliza sabedoria, mas várias serpentes juntas simbolizam o conhecimento não direcionado. Perseu ainda escuta além do necessário: as bruxas dizem que Perseu está destinado a morrer antes de cumprir sua missão.
Antes de enfrentar a Medusa, Perseu e sua turma enfrentam algumas batalhas, inclusive contra escorpiões gigantes. E no caminho Perseu recebe algumas armas mágicas, como uma espada e a ajuda do cavalo alado Pégaso. Armas mágicas dadas pelo Olimpo, à morada dos Deuses gregos. Por fim, a turma de Perseu morre no submundo e só ele sobrevive e consegue cortar a cabeça da Medusa, olhando não diretamente nos olhos da Medusa, mas através da parte de dentro espelhada do seu escudo. Ele olha pra si, e pra Medusa, e consegue cortar a cabeça. Depois, com a ajuda do cavalo alado vai até a cidade e se coloca entre Andrômeda e o Kraken e mostra a cabeça da Medusa para o monstro e o monstro se petrifica e não mata Andrômeda e nem destrói a cidade. Depois, Hades aparece e com ajuda do raio de Zeus, Perseu e sua espada manda Hades de volta pra o submundo.
Contextualizando com minha vida, eu sou o Perseu; o Kraken é tudo que o Coringa fez comigo nas ruas, e a medusa são as armações que chegaram a minha vizinhança e no meu lar, e também é minha esquizofrenia. Pois, nesses dois meses vivi no submundo, por que escutava vozes e tinhas pensamentos alterados. Quem olhava pras armações que aconteciam comigo ficava petrificado, e pra eu vencer as armações e a esquizofrenia eu tinha que usar a técnica de Perseu, olhar pra um espelho e ver eu mesmo, ver um herói dentro de mim, e não olhar diretamente pra medusa, que são as armações e a esquizofrenia. Nessa guerra, descobri que tinhas outros inimigos bem mais próximos, como Duas-Caras, a Mulher-Gato, a Hera Venenosa, Charada, Pingüim... dentre outros vilões do Batman, que se encaixa também na minha vida. Antes de eu ter essa recaída em maio, eu tinha aliados, poucos, mas tinha, mas durante a recaída só sobrou eu, como no filme só restou Perseu, e como na história do Batman, em que Batman é um herói solitário. Andrômeda é essa minha melhor amiga que foi colocada em sacrifício pela cidade, pois só ela acreditava em mim. A espada de Perseu simbolicamente é minha palavra. O escudo é a fé. E Pégaso, o cavalo alado, é esse texto que publico para o mundo.
Autor: Victor Pinheiro, Escritor do Céu de João Pessoa no Brasil do Século 21.
Redes Sociais: @vitorpinheiropb
The Myth of Perseus, the film Clash of the Titans and my life
By Victor Pinheiro, writer from Heaven João Pessoa in 21st Century Brazil.
Text taken from my book Inner Fire.
In May 2010, the month of my 26th birthday, I saw the film Clash of the Titans. It was the last film I saw before I had a relapse of my illness: schizophrenia. By mid-March of the same year, I had stopped hearing voices and having altered thoughts and altered reflections. But my arch-enemy, who I will call Joker here, came back to attack me with force on the streets, him and his gang. So, I had to stop fighting on the streets. My fight and therapy was selling business cards door to door, from store to store. I remember that on the eve of my birthday, on May 1st, Labor Day, I gave a gift to my best friend and only friend at the moment, apart from my colleagues, who coincidentally have their birthday on the same day as mine. So, from May to June, I stayed at home... how can I say, in quarantine. The voices and the altered thoughts and the unhealthy reflections returned, but so did the healthy reflections. I don't know if you know, reader, but schizophrenics, in general, are very intelligent. The schemes now came to my home and neighborhood, not in the same way on the streets, of course, but in a different way. During these two months, I discovered that my only friend was also my only family. The interesting thing about all this confusion is that my neighborhood discovered within me, through my healthy reflections, that there was a Perseus inside me. That same hero from Greek mythology. But my neighborhood continued to be against me because of my unhealthy thoughts.
In the film Clash of the Titans (the 2010 one, not the 80s film) which was based on the myth of Perseus, Perseus discovers that he is a hero, a demigod in this case, half mortal, half divine. He discovers that he has this nature after his family dies and Hades, the God of the Underworld, with the permission of Zeus, the God of Gods, gives a deadline of 10 days until the eclipse for a city that has turned against the Gods to choose between sacrificing Andromeda, the city's princess, or the total destruction of the city. Perseus is the son of Zeus, and Hades has a secret plan to dethrone Zeus. Hades, in fact, makes a false deal, as his intention is to destroy the city regardless of Andromeda's sacrifice. So, Perseus and a small group go to the witches to find out how to destroy the Kraken, a monster from Norse mythology that was used in the film. It is this monster that will destroy the city. The witches say that they must go to the underworld and cut off Medusa's head and show it to the Kraken. Medusa is a monster that turns to stone when anyone looks directly into her eyes, and her hair represents desires and instincts. Her hair is made up of several serpents, which symbolize undirected knowledge. A single serpent coming out of the head of the Pharaoh of Egypt symbolizes wisdom, but several serpents together symbolize undirected knowledge. Perseus still listens more than necessary: the witches say that Perseus is destined to die before fulfilling his mission.
Before facing Medusa, Perseus and his group face several battles, including against giant scorpions. And along the way, Perseus receives some magical weapons, such as a sword and the help of the winged horse Pegasus. Magical weapons given by Olympus, the home of the Greek Gods. In the end, Perseus' group dies in the underworld and only he survives and manages to cut off Medusa's head, looking not directly into Medusa's eyes, but through the mirrored inside of her shield. He looks at himself and Medusa and manages to cut off her head. Then, with the help of the winged horse, he goes to the city and stands between Andromeda and the Kraken and shows Medusa's head to the monster, but the monster turns to stone and does not kill Andromeda or destroy the city. Then, Hades appears and, with the help of Zeus' lightning bolt, Perseus and his sword send Hades back to the underworld.
Putting it into context with my life, I am Perseus; the Kraken is everything the Joker did to me on the streets, and Medusa is the schemes that reached my neighborhood and my home, and it is also my schizophrenia. For those two months I lived in the underworld, because I heard voices and had altered thoughts. Anyone who looked at the schemes that happened to me was petrified, and for me to overcome the schemes and the schizophrenia I had to use Perseus' technique, look in a mirror and see myself, see a hero inside me, and not look directly at Medusa, which are the schemes and the schizophrenia. In this war, I discovered that I had other enemies much closer to me, such as Two-Face, Catwoman, Poison Ivy, Riddler, Penguin... among other Batman villains, which also fit into my life. Before I had this relapse in May, I had allies, few, but I had them, but during the relapse I was the only one left, just like in the movie Perseus was left, and like in the story of Batman, where Batman is a lonely hero. Andromeda is my best friend who was sacrificed for the city, because she was the only one who believed in me. Perseus' sword is symbolically my word. The shield is faith. And Pegasus, the winged horse, is this text that I publish for the world.
Author: Victor Pinheiro, Writer of the Heaven of João Pessoa in 21st Century Brazil.
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