PODER AXIOLÓGICO NA DIMENSÃO ÉTICA
O mundo, e uma sociedade realmente humana, constroem-se com valores básicos, ainda que adaptáveis aos novos tempos, sem preconceitos, mas no rigor da sua aplicação e na pureza dos seus princípios. O valor da liberdade, por si só, suscita outros valores que são exclusivos da pessoa humana, porque a atividade livre do homem permite-lhe introduzir alterações/modificações no ser próprio, e no exterior a ele: «Esta dupla dimensão coloca a pessoa frente a dois novos mundos, exclusivamente seus: o da moral e ciências a ela subordinadas (direito, economia, pedagogia, etc.), todas elas ciências do obrar humano ou subordinadas a ele; e o da técnica e da arte, ou do fazer do homem.» (DERISI, 1977:45).
Importa, portanto, enfatizar o poder axiológico, no seu valor da ética, seja teórica, e/ou prática, na medida em que este valor, quando exercido de facto, aumenta o Poder de quem o usa, quaisquer que sejam as funções, porque pode-se, e deve-se, agir com ética, na profissão, nas relações humanas em geral, nos domínios científicos, técnicos, políticos e outros. O indivíduo que age na sua vida, com o sentido ético, vê o seu poder acrescentado, o grau de prestígio, de respeitabilidade e de obediência, atingirá níveis elevados.
A ética, como ciência do dever, é incompatível com a hipocrisia, com a aparência falseada, com a irresponsabilidade. O poder ético projeta o homem para o bem, para a verdade e para a virtude, valores exclusivos da pessoa humana, que a caracteriza e eleva, tornando-a única, e conduzindo-a para a intervenção justa, a partir do acionamento de outras faculdades.Com efeito: «Analisando a vida específica da pessoa, a vida espiritual, vemos que ela se projecta por sua inteligência e sua vontade para o ser em si, como verdade e como bem, respectivamente. A inteligência se inclina incoercivelmente para o ser ou verdade, como seu objecto formal, não se detém nesta ou naquela verdade: o que em definitivo a move é sempre a verdade em si e infinita, que brilha nesta ou naquela verdade.» (Ibid.:47)
Compreende-se, com grande evidência, que o Mundo, e o Homem, se constroem no exercício do poder axiológico, qualquer que seja a graduação, ou taxionomia dos valores, verdadeiramente compatíveis com a dignidade humana, irreconciliáveis com toda a forma e processo de violação, ao serviço de interesses ilegítimos, ilegais, localizados em grupos, elites ou situações negativamente discriminatórias para a maioria.
É este poder que, sem demoras, se deve sobrepor a outros poderes, desde logo, ao poder bélico, económico, científico, técnico, estratégico e hegemónico. O mundo a que toda a pessoa humana tem direito, não pode continuar subjugado pelo livre arbítrio, e unilateralidade de uns poucos, sobre uma maioria que deseja paz, felicidade, saúde,
trabalho e vida boa. Parte da solução para os graves problemas da humanidade, passa pelo uso oportuno do Poder Axiológico, pelo exercício dos Valores, na partilha dos direitos e no cumprimento dos deveres humanos.
Bibliografia
DERISI, Octávio Nicolás, (1977). Valores Básicos para a Construção de uma Sociedade Realmente Humana, Tradução, Alfredo Augusto Rabello Leite, São Paulo: Mundo Cultural.
“NÃO, à violência das armas; SIM, ao diálogo criativo. As Regras, são simples, para se obter a PAZ” https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=924397914665568&id=462386200866744
Venade/Caminha – Portugal, 2024
Com o protesto da minha permanente GRATIDÃO
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
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