E se o tempo parasse agora?

E se o tempo parasse agora?

Puxa, o que seria de todos nós?

Pensamos em fazer tanta coisa que às vezes o tempo passa e não conseguimos realizar o tudo previsto.

Precisamos aprender a dar tempo ao tempo e deixar de querer tudo no imediato, exigindo de todos que tudo se realize em nosso tempo. Ora cada ser tem o seu insight e, portanto, o do outro é só dele e o nosso é só nosso.

Fico imaginando a liberdade que todos desejam ter, viver e praticar em sua vivência familiar, social, trabalho, lazer etc. Já pensou em estar em reunião com muitas pessoas à sua volta? Observe que cada uma delas reage de uma forma diferente quando falamos algo, opinamos sobre determinado assunto. Essa atitude se faz presente, quando noticiamos a passagem de alguém, seja íntimo ou distante, muitos manifestam um tal sentimento que não possui sobre o dito cujo e seus familiares. Mesmo assim falam um tal jargão decorado, quer dizer longe do coração, só para agradar e dizer para a sociedade que sente muito o sentimento do outro. Engraçado as pessoas procurarem dizer sobre uma atitude sentimental mesmo sem ter vivido o tal sentimento declarado com aqueles para os quais o dedicou.

Vejo uma humanidade que cada dia manifesta o sentimento inexistente em si mesmo, só para garantir a tal educação que a sociedade o finge cobrar. Aqueles com quem convivo ou conviveram comigo sim, podem dizer que sentem muito, mas, tentar justificar a morte para dizer-se bonzinho não agrada nem àquele que escuta e muito menos a um ente querido e próximo.

Aí vem uma notícia que morreu uma pessoa idosa, com idade muito avançada. Junto da notícia vem uma palavrinha “perca”. Será que todos queriam que o tal longevo não morresse jamais e ficasse para a eternidade?

Sim um jovem, uma criança morrendo é com certeza para todos nós uma perda de futuro brilhante ou não.

Eu me ausento do jargão no falecimento de um idoso longevo porque em meu pensamento e vida, a única certeza é a morte, seja lá quando ela vier. E assim pensando questiono e se o tempo parasse agora? Todos nós morreríamos e não restaria ninguém para lamentar a morte de outrem. Eu tenho certeza de que iria muito feliz pois procuro no agir, fazer do presente momento o único e repleto de felicidade.

A vida é igual a um click do acender ou apagar a luz. Por tanto viva o agora e deixe que o depois vá para onde ele quiser.

Assim pensando descobri um curso especial, gratuito e não exige saber anterior de ninguém. Eu não sabia, mas estou cursando há muito tempo e não desejo o seu final tão rápido pois é gratuito e não onera o vil metal tão disputado por todos.

Um amigo sempre me disse que caixão não tem gaveta, daí concluí que viver é algo especial. Foi assim pensando que descobri o melhor curso, do qual não precisamos de diploma para colocar em um quadro e pendurar na parede da sala ou do escritório. O diploma do curso que estou cursando vale muito mais que qualquer joia, que qualquer quantia em dinheiro e com certeza ele tem a capacidade de transcender à existência material, limitada por um nada tão disputado, pois esse, nada representará diante da morte.

A cada aula do curso um novo ensinamento embora alguns alunos teimam em ficar repetindo aulas o que não adiantará ao saber. A aula de agora é para agora e não servirá para o depois porque esse como o próprio nome diz, é o depois.

O ilusório está distribuído em todas as formas de comunicação que conhecemos até a presente data, embora até o presente momento nos seja capaz, a comunicação através de nossos sentidos e isso é muito interessante. Essa comunicação transcende a materialidade e nos leva a viver imaginações em ter isso ou aquilo. Pois é...

A vida acontece onde? Será que é no bem material que possuímos? Casa, carro, roupa, corpo bem estruturado e malhado? Na comida que degustamos? Ou será que a vida acontece em nós, em nossa psiquê? Quando sentimos o gosto de nosso alimento sentimos prazer em comer e o alimento que após degustado, não será o mesmo a nossa vista, pois regurgitado todos dirão que é nojento, embora tenha sido uma delícia. Isso nos faz entender que o retorno ao passado, jamais será a mesma coisa. O presente está aqui e agora quando ele vai embora se torna passado e então ele não poderá ser o mesmo no agora. O passado pertence ao passado e não trará resultados presentes pois o tempo é único e tudo que acontece agora não se repetirá da mesma forma daqui a pouco. Me lembro da física, que nenhum corpo pode ocupar o mesmo espaço no tempo e no cosmo. É cada um por sua vez, como a bananeira precisa morrer para que outra nasça em seu lugar e nos dê frutos.

Seja o agora antes que o tempo se estagne!

José Maria Alves Ferreira
Enviado por José Maria Alves Ferreira em 28/10/2024
Reeditado em 02/11/2024
Código do texto: T8184124
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