"Então me mate"
Cada vez mais se acentua a mensagem de Sailor Moon (criada em 1991 pela genial desenhista japonesa Naoko Takeuchi, que ainda está à frente da franquia) em favor do amor, da justiça, da bondade e da compaixão, a 180 graus do fenômeno cada vez mais nefasto dos super-heróis norte-americanos da DC e Marvel e mesmo alguns japoneses como os Cavaleiros do Zodíaco, que só vivem para brigar.
Chamou minha atenção um artigo do Dartagnan Ferraz sobre os super heróis, onde ele comenta sobre um garoto que, de tão fanático pela Capitão Marvel, vestiu uma fantasia e pulou da ponte, achando talvez que iria voar (felizmente não morreu). Esse tipo de desastre ocorre pouco, mas o mais comum é que crianças e adolescentes sofrem distúrbios nervosos e desenvolvem agressividade de tanto acompanhar quadrinhos e filmes de extrema violência acompanhada de bizarrices.
Eu sempre comparo a Sailor Moon com tais personagens. Hoje quero chamar atenção para um detalhe da recente produção dupla "Sailor Moon Cosmos", de 2023, este ano lançada no Brasil pela Netflix.
É na parte 2, que é apoteótica.
É quando a Guerra das Sailors é desencadeada na Via Láctea pela Sailor Galáxia, que se perverteu e passou a querer dominar a tudo e a todos, compactuada com o demônio do Caos. Atacou inclusive a Terra, e Sailor Moon dirigiu-se ao reduto da inimiga no Caldeirão Central da Via Láctea, para tentar por um fim ao conflito.
Uma das guardiães de Galáxia se interpõe nas proximidades do castelo de Galáxia e acusa Sailor Moon de ser a culpada pela guerra, já que havia "sailors" lutando por ela.
Na verdade era apenas defesa, pois Galáxia é que tinha começado a agressão (era o mesmo que acusar Zelensky por ter sido invadido pelo Putin). Mas Sailor Moon estava tão determinada a fazer cessarem os combates que admitiu até seu próprio sacrifício se isso produzisse a paz e deu a seguinte espantosa resposta:
"Se você acha mesmo que eu sou a culpada pela guerra, então me mate."
Mas, bastou isso para que a outra, que havia sido manipulada, entendesse a verdadeira intenção de Sailor Moon, desistindo de hostiliza-la.
Aliás, na batalha final com Galáxia, a Princesa da Lua não busca matar a adversária e sim purifica-la, o que acaba conseguindo pelo poder da bondade.
Em suma, vale a pena assistir a riqueza dessa personagem que contrasta com a pobreza mental e até moral da maior parte dos super heróis.