**Crônica: "A Beleza da Vida e o Espanto dos Sentidos"**
- Levo meus olhos e meus sentidos para passear.
- Essa é a minha maneira de celebrar a vida, de contemplar o mundo com tudo o que ele oferece: os voos graciosos das abelhas e borboletas, o perfume suave das flores e o azul límpido do céu, sempre adornado pelas brancas nuvens que dançam ao ritmo dos ventos.
- Os sons que ouço – a musicalidade dos pássaros, o sussurro das folhas e o murmúrio distante da brisa – são a trilha sonora do meu passeio diário.
Amo os ipês, com suas flores que colorem o chão como um tapete de luz.
- Amo as rosas, com sua elegância silenciosa e misteriosa. Prefiro as rosas trepadeiras – talvez sejam pelos imprevistos que a vida nos joga – mas ainda assim, amo tudo o que a natureza nos dá.
- Caminhar sozinho, cercado por essa serenidade, é uma forma de me reconectar com a essência do que sou e do que a vida representa.
- E como meus olhos e sentidos gostam disso!
- Para eles, o mundo é um assombro de beleza.
- Há momentos em que eu me entrego ao toque da natureza: um banho de cachoeira nas tardes de verão, a água fresca da piscina de nascentes das montanhas da Mata Atlântica.
- O vento batendo no meu rosto e nas minhas orelhas, o cheiro doce das flores das laranjeiras, o barulho das folhas das árvores frutíferas e dos jabuticais – tudo isso são pequenos pedaços de vida que carrego comigo.
- E como música para a alma, há o canto gregoriano, o som metálico da viola e a poesia, que trazem à tona uma paz silenciosa e reverente dos meus tempos se seminarista salesiano de Dom Bosco, em Ascurra, SC.
- O tempo, no entanto, não para. Sei que não me resta muito.
- Aos 75 anos, com o coração já enfraquecido e uma batalha vencida contra o câncer, sinto o crepúsculo se aproximando.
- Não tenho medo da morte.
- Vivi intensamente e usufruí de tudo o que a vida me ofereceu e poude me dar.
- O que realmente me entristece é a beleza do mundo que deixarei para trás.
- É como se cada flor, cada vento, cada pássaro,
cada abelha sem ferrão, cada amigo e parente sincero, me pedisse para ficar mais um pouco.
- Mas tudo tem seu tempo.
- "Alles zu seiner Zeit" - Cada coisa ao seu Tempo!
- Minha maneira de permanecer aqui é através das palavras.
- Cada crônica que escrevo, cada trova que crio, é como uma semente que deixo plantada na terra fértil da Pirahystrasse, Oma, Beckhauserparadiesecke, em Joinville-SC.
- Elas podem se transformar em árvores, quem sabe em jabuticabeiras ou flores ornamentais que, com o tempo, florescerão para quem vier depois de mim.
- Acredito nisso: que a essência da vida continua, mesmo quando não estamos mais presentes.
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**Trovas (ABAB)**
1.
No jardim da vida, plantei,
Com olhos que tudo abençoa,
Cada flor que eu colhei,
Fez da alma a vida boa.
2.
Sob o ipê, caminho só,
O vento sussurra em vão,
O tempo avança, num dó,
Mas sigo de pé no chão.
3.
Os sons do campo a cantar,
Em vozes de pássaros mil,
Levam meus olhos a vagar,
Sob o céu de azul sutil.
4.
As abelhas vão ao mel,
Borboletas, dançam no ar,
O perfume doce e fiel,
Pela vida, a encantar.
5.
Banho de rio me refresca,
Nas águas claras me vou,
E a cachoeira modesta,
Com sua força me lavou.
6.
Do jabuticabal o som,
Folhas dançam com o vento,
E a vida segue no tom,
Da natureza, um alento.
7.
O coração já cansado,
Mas não me deixo temer,
O mundo é belo, sagrado,
E ainda há tanto a ver.
8.
Nas trovas que vou deixando,
Cada verso é uma raiz,
Sementes, sonhos plantando,
Que a vida mais feliz.
9.
Meu canto ecoa distante,
Na lareira ou na serra,
E a paz se faz constante,
Mesmo à beira desta terra.
10.
Quando eu for, deixo a canção,
Deste mundo que abracei,
Em cada árvore, em cada chão,
Minha história, plantarei.
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**Resenha Explicativa**
1. O texto reflete sobre o valor que os sentidos – visão, audição, tato, olfato – têm na experiência da minha vida.
- Estas palavras eu uso para explorar o mundo e encontrar beleza nas coisas simples e naturais.
2. A narrativa é uma celebração da natureza, destacando as belezas dos ipês, das rosas, das abelhas, borboletas e cachoeiras, como formas de conexão profunda com a vida.
3. A solidão é apreciada como uma forma de introspecção, onde encontro
paz e encanto na caminhada solitária pela natureza.
4. Os sons e perfumes da natureza são constantemente mencionados, com a musicalidade dos pássaros e o som do vento representando a harmonia entre o homem e o meio ambiente.
5. Faço uma reflexão sobre a passagem do tempo, reconhecendo que estou em um crepúsculo da vida, mas sem medo da morte.
6. Expresso uma certa tristeza ao deixar o mundo tão bonito para trás, o que torna essa percepção da natureza ainda mais valiosa.
7. A escrita de trovas e crônicas é apresentada como a forma de continuar presente, de perpetuar minhas memórias e ideias, mesmo após minha partida para outra dimensão cósmica.
8. A imagem das sementes que se transformam em árvores e jabuticabeiras é um símbolo de legado, de como espero que minhas palavras floresçam no futuro.
9. Sempre apreciei profundamente a vida simples e bucólica, valorizando as pequenas experiências, como um banho de cachoeira, uma conversa à lareira ou degustar jaboticabas em meus jaboticabais.
10. O texto finaliza com uma crença na continuidade da vida, através das minhas palavras e ações que deixarei para o futuro.
11- O paraíso das jaboticabas existe em Santa Catarina, na Pirahystrasse, Oma, Beckhauserparadiesecke, Joinville-SC.
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**Conclusão: "O Legado que Floresce"**
- A vida é breve, um passeio de olhos e sentidos por um mundo vasto e belo.
- Cada flor, cada pássaro, cada vento trazem comigo uma história, uma emoção, um pedaço do mundo que não quero deixar.
- Mas o que permanece, mesmo após o crepúsculo, são as sementes que plantamos: palavras que se enraízam na terra, memórias que brotam como árvores frutíferas.
- Cada crônica, cada trova, que escrevi, é um gesto de imortalidade, uma maneira de permanecer, de continuar encantando os olhos que virão depois.
- E assim, como a jabuticabeira que floresce, também florescemos, deixarei minha marca indelével no mundo das crônicas, trovas e jaboticabais.
(By: Lbw-IA + Pirahystrasse, Beckhauserparadiesecke, Oma, Joinville-SC, em 9 set/2024, segunda-feira).