É normal?
Pensando bem, talvez seja estranho. Sabe, aquela coisa de todo dia: acordar, escovar os dentes, ajeitar-se, comer, sair, voltar, dormir. Parece normal, né? Mas e se esse acordar for sozinho, com alguém ou até atrasado? E se o escovar os dentes tiver que se prolongar para uma missão que, cedo pela manhã, te obriga a pensar sobre passar no mercado? E, nesse ajeitar-se, tiver que lavar mil roupas e vestir a de ontem, sem escolha. Talvez esse sair possa ser para uma balada, um trabalho, uma viagem... o voltar pode ser à casa da mãe, do pai, da tia, sua.... e seu dormir, ora, pode ser até morrer.
Pensar no que é normal é estranho, já que todos nós quebramos a norma da rotina quando surge algum imprevisto. Eu mesmo quebrei hoje! Sabe, fazer exercícios toda semana é meu gosto, mesmo que essa semana inteira eu pare tudo para ler, jogar, comer ou até dar uma passeadinha com meu cachorro. Quebrar a rotina nos faz bem e isso é normal, no entanto, o meu ponto é de que a norma seja a rotina e sua quebra a desnorma.
Penso: Se a vida tivesse que ser investigada cuja norma ABNT, talvez todos nós estivéssemos errados, até a maldita norma. Não gosto de saber que para escrever se precisa de norma, para falar se precisa de norma... nosso corpo não é normal. Ou você acha que alguém que vive por dinheiro, que se move poluindo ou que ainda teima em destruir é normal? Olhe os outros animais (os não humanos, por favor) e reflita: será que isso tudo é normal?
Pensado isso, é melhor olhar para si mesmo: eu sou normal? E isso traz uma outra parte da vida, aquela que nem a rotina prende, aquela que você deseja viver... mas a norma, ah... a norma. Ela decide por você.
Pense nisso: nós todos seguimos a norma, sendo ela rotina, sendo ela corpo, sendo ela espécie.... todos temos de ser normais e normalizar os outros que também querem ser normais.
E eu, bem, odeio normas.