A DIMENSÃO ESTÉTICA NA BELEZA DOS SENTIMENTOS

Sendo a Estética o ramo da Filosofia que trata da Beleza, ou do Belo, especialmente na Arte, a qual deve ser julgada com os critérios de gosto e de valor, curial se afigura a defesa de uma teoria, ou atitude coerente, perante tais matérias.

A palavra “Estética” foi usada pela primeira vez por BAUMGARTEN, (Alexander Gottlieb BAUMGARTEN, 1714-1762) em 1750, para se referir à ciência do conhecimento sensorial, que tem por objetivo a Beleza.

Presentemente, a Estética está a conquistar um estatuto mais independente, como domínio que estuda as obras de arte, os processos de produzir e experienciar a arte, e certos aspetos da produção natural e humana, fora do campo da arte, principalmente os que podem ser considerados belos, ou feios, com referência às formas e às qualidades sensoriais.

Tem-se verificado, na Estética recente, a tendência para dar ênfase crescente ao tratamento descritivo e concreto dos fenómenos artísticos, e da experiência estética, não obstante a existência de outras correntes.

A Estética mantém um “halo” filosófico, ao comparar exemplos de todas as artes, e ao reunir dados e hipóteses de fontes diversas, incluindo a Filosofia, a Psicologia, a História Cultural e as Ciências Sociais, mas diverge da conceção tradicional da Filosofia, na medida em que o que hoje se apelida de Estética inclui, frequentemente, um estudo mais pormenorizado e empírico de fenómenos particulares, em vez de se restringir, como antigamente, à discussão abstrata do significado de beleza sublime, e outras categorias, a sua natureza objetiva, ou subjetiva, a sua relação com o prazer e com o bem-moral e comum.

É pela importância do estudo estético que, atualmente, se pensa ser fundamental uma educação estética e, se possível, a partir dos primeiros anos escolares, pelo menos ao nível do ensino preparatório, porque tal educação proporcionaria uma formação humana mais sensível, e mais compreensiva, relativamente às belezas artificiais e naturais e, quanto a estas, permitiria a formação de uma consciência de aperfeiçoamento, preservação e estudo.

O amor ou o ódio; o sofrimento ou a felicidade; a dor, a saudade de alguém e até o insurgimento contra dado normativo social; clamam do homem o seu impulso estético. Ao exteriorizar os seus sentimentos de exaltação do belo, de conformação ou repulsa, o homem busca, na sua inspiração, o deleite da natureza que admira, ou a reação do que considera perverso, já que a indiferença não toca o seu coração.

No entanto, a beleza que o circunda, o amor que o amarra, a saudade que o inquieta, ou o ódio que o atormenta, dão-lhe o poder de transmitir nas suas obras, o estado estético do seu “eu” que se encontra numa pintura, numa escultura, num poema, e até num grito de revolta.

Todo o homem é artista enquanto ser sensível, e também numa obra de arte, segundo SCHILLER (Johann Christoph Friedrich von SCHILLER, 1759-1805), ele pode, ou não, saber exprimir-se em algo, fora de si, mas em si mesmo ele tem a própria arte, a qual tanto pode surgir: pela produção de um clássico; ou em manifestações culturais progressistas; como na arrogância de uma conquista; ou no desalento de uma derrota; pois em qualquer destes estados e sentimentos, o homem pode encontrar o prazer.

SCHILLER faz parte de uma sociedade que não lhe era favorável, e por isso, sofreu, viveu isolado e, não tivesse sido a ajuda de alguns amigos do seu tempo, teria sido marginalizado, daí que esta sua obra reflita, extraordinariamente bem, o seu sofrimento, a sua luta por aquilo que ele designou por “Terceiro Carácter”.

A sua nostalgia, o seu idealismo, a vontade forte de um estado moral, são a expressão do seu sentir, em relação aos homens da sua época, da sua cultura e das suas afetividades. Naturalmente que não cabe aqui descrever a biografia exaustiva de Johann Christoph Friedrich von SCHILLER, no entanto, alguns factos da sua vida atribulada, serão necessários para uma melhor referenciação e enquadramento sócio-cultural, do seu tempo.

Tendo nascido em Marbach, Alemanha, em 1759, viria a falecer em 1805. Temperamento melancólico, muito propenso ao misticismo, quase seguia a via eclesiástica, acabando por cursar medicina e, mais tarde, exercesse a atividade de médico militar, embora com bastante indiferença.

A sua vocação de poeta, de filósofo e dramaturgo, manifestava-se a cada momento, tendo privado com SCHUBART, (Christian Friedrich Daniel SCHUBART, 1739-1791), escreveria bastante para o teatro. A sua primeira peça constituiria um motivo de polémica e, provavelmente, a causa direta do seu futuro sofrimento. No âmbito da poesia sentimental e ingénua, escreveu, numa perspetiva filosófica, que publicou, em algumas obras, nomeadamente as “Cartas sobre a Educação Estética da Humanidade”, base e objeto do presente trabalho.

As suas cartas exaltam a educação estética, que para ele dará lugar a um estado moral único, em que o homem se dignificará a ele próprio. Nesta obra é evidente o seu idealismo estético, já que foram muito fortes as influências e o ambiente do seu tempo, bem como a profundidade dos seus sentimentos. Foi grande admirador de KANT (Immanuel KANT 1724-1804), todavia, não seguiu, completamente, os seus princípios.

BIBLIOGRAFIA

DUCASSÉ, P., (s.d.). As Grandes Correntes da Filosofia. 5ª Ed. Lisboa: Publicações Europa-América

HADJINICOLAOO, N., (1978). História das Artes e Movimentos Sociais. Lisboa: Edições 70

MARCUSE, H., (s.d.). A Dimensão Estética. Lisboa: Edições 70

PLAZAOLA, Juan, (1973). Introdución a la estética. Madrid: Biblioteca de Autores Cristianos

SCHILLER, Johann Christoph Friedrich von, (s.d.). Cartas Sobre a Educação Estética da Humanidade. Buenos Aires: Ed. Aguilar.

“NÃO, ao ímpeto das armas; SIM, ao diálogo criativo/construtivo. Caminho para a PAZ”

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Enviado por Rosangela Calza em 27/08/2024
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