TUA ESTRELA SOLITÁRIA TE CONDUZ
Muito interessante o que vem acontecendo com o futebol sul-americano, durante décadas a fio Libertadoras da América tinha até sotaque castelhano, com Argentina, Uruguai e às vezes algum clube chileno levando a melhor na disputa por esse campeonato dos desejos.
As mudanças tecnológicas chegaram tardiamente, mas hoje árbitros e bandeirinhas são mais rigorosos e a transmissão ao vivo das partidas, mesmo quando jogada em alçapões, onde a torcida participa ativamente dos jogos, ainda assim permite que times superiores “ganhem o jogo na bola”.
Ainda persiste o uso da altitude como subterfúgio boliviano, mas os jogos ficaram jogados, sem aquele antijogo, que sempre bem caracterizou o futebol na América do Sul como catimbento.
Nos últimos anos, o Brasil se firmou como principal potência econômica do continente, e isso descontrolou a balança, agora contratamos muitos craques dos vizinhos, e isso fica ainda mais patente na convocação das seleções nacionais, onde boa parte dos titulares vestem a camisa de clubes brasileiros, inclusive times com menor envergadura também passaram a contar em seu plantel com jogadores falando castelhano.
Agora, coincidência ou não, os três últimos campeões do continente são três diferentes clubes da zona sul carioca, um fato que acredito ser inédito na história do torneio.
Depois de vivenciar a frustrada campanha de 2023, o Botafogo ainda conseguiu uma vaga na pré Libertadores, e foi a partir desse patamar que o time partiu para conquistar este inédito torneio neste apagar das luzes de 2024.
Apresentando futebol vistoso, que carrega até torcedores rivais para assistirem suas exibições, foi eliminando com certa facilidade tradicionais papa títulos, que não foram poucos: Peñarol, Palmeiras e São Paulo.
A Conmebol até planejou contar com uma equipe portenha na final a ser disputada no Monumental de Nuñes, o estádio do River Plate, em Buenos Aires, que inclusive chegou a uma das semifinais, mas acabou eliminado pelo “galo mineiro”.
Não entendi a rigidez das regras dessa confederação, que insistiu em manter na capital portenha uma final entre clubes brasileiros, obrigando torcedores percorrerem nada menos de 2.800 quilômetros, quando esta poderia ser disputado em São Paulo, um território neutro, que dista pouco mais de 400 quilômetros, com grande frequência de vôos e partidas de ônibus.
Existe hoje no país unanimidade sobre a superioridade técnica do time carioca entre jornalistas e comentaristas esportivos. No meio da semana o poderoso Palmeiras, dentro de sua arena, literalmente não resistiu ao poder do ataque alvinegro, e contando com a sorte de perder por apenas 3 X 1.
Finalmente, chegou o aguardado dia 30 de novembro, como demorou a passar as horas. Pontualmente às 17 horas o árbitro supostamente argentino, mas que desconfio ser membro da mulambada, precisou de apenas 40 segundos para tentar reduzir a vantagem técnica do alvinegro carioca.
A coisa foi tão deliberada, que o sujeito puxou de imediato o cartão vermelho. Logo para ele, o Leão da intermediária o Botafogo, fato que nunca havia presenciado.
De imediato a TV mostrou a empolgação da torcida mineira, agora o jogo ficaria equilibrado, quem sabe com até alguma vantagem para o galo mineiro.
Vale lembrar a postura do técnico botafoguense, que mesmo com um jogador a menos em campo, não alterou a entrosada e fulminante linha de ataque da estrela solitária.
A empolgação mineira começou a definhar quando aos 34 minutos o Glorioso abriu o placar em jogada ensaiada. Aos 51 minutos o placar foi ampliado.
Logo no início do segundo tempo, uma ponta de esperança nasceu no time mineiro, mas logo, o melhor time em campo neutralizou avanços do Atlético Mineiro e o terceiro gol estava amadurecendo. E foi com Junior Santos no último minuto que a vitória se consolidou, mesmo atuando com um jogador a menos por mais de 90 minutos.
Aos que sempre zombaram do contingente de torcedores do Botafogo, que com esforço enchiam algumas Kombis, ontem no deslocamento para a Praia de Botafogo seria necessária uma frota de 20 mil Kombis.
Vamos aguardar com calma essa semana, e quem sabe possamos repetir segunda dose de alegria, sempre tendo o Pão de Açúcar como pano de fundo nesse tempo de BOTAFOGO.